São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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Nem incentivo a veículos anima vendas nos EUA

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

As vendas do comércio norte-americano voltaram a cair em julho passado, mostrando mais uma vez que a recuperação da economia e do emprego nos Estados Unidos tende a ser muito lenta.
Embora a queda tenha sido de apenas 0,1% no total, o recuo alcança 0,6% se forem excluídas do cálculo as vendas de veículos. Em junho, as vendas totais haviam crescido 0,8%.
A maioria das previsões indicava aumento da atividade comercial em julho entre 0,5% e 1%. Principalmente por conta do setor de veículos. Ele recebeu cerca de US$ 1 bilhão em ajuda estatal para incentivar os motoristas a trocar automóveis "bebedores" por veículos mais eficientes em termos de consumo de combustível.
O Congresso já renovou esse programa, e outros US$ 2 bilhões devem ser destinados a essas trocas nos próximos meses. Os descontos aos compradores chegam a US$ 4.500.
Ontem, por conta do programa e diante do aumento da demanda, a montadora Ford (a única das três grandes no país a não entrar em concordata) anunciou que produzirá 18% mais veículos neste ano na comparação com 2008, para um total de 495 mil unidades.
Mas em outra indicação de que o consumo (responsável por 70% do PIB dos Estados Unidos) continua em "ponto morto", o Wal-Mart, maior rede de varejo do mundo, divulgou que as vendas em suas lojas caíram durante o segundo trimestre do ano.
Na análise da empresa, o consumo deverá continuar "contido" ao longo do ano.
Apesar da queda nas vendas entre abril e junho, a rentabilidade do Wal-Mart melhorou como reflexo de uma agressiva política de corte de gastos, demissões de funcionários e redução de estoques.
Esse é o caminho que vários setores da economia vêm seguindo nesta crise como forma de melhorar a remuneração de seus acionistas mesmo em um ambiente recessivo. As ações do Wal-Mart, por exemplo, subiram 1,7% ontem, apesar de as vendas terem caído 1,4% no trimestre.
Um informe separado da empresa de análise do mercado imobiliário RealtyTrac mostrou ainda que segue elevado o volume de ordens de despejo contra mutuários no país. Em julho, 7% mais residências foram notificadas.
Hoje, 1 em cada 355 residências nos EUA já recebeu pelo menos uma notificação de despejo ou de atraso no pagamento de prestações imobiliárias.


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