São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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ENERGIA
Para o ministro da área, tudo depende da variação cambial; FMI sugere que seria necessária compensação
Combustível está congelado, diz ACM

Carlos Avilla - "Hoje em Dia"
O vice-presidente Marco Maciel e ACM, ontem, em Minas Gerais


PAULO PEIXOTO
da Agência Folha,

em Belo Horizonte O presidente do Congresso Nacional, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que os combustíveis ficarão pelo menos um ano sem reajuste. ACM garantiu o congelamento dos preços dos combustíveis.
""Posso garantir que o problema de aumento de combustível não existirá neste país tão cedo. É por isso que houve esse último aumento, mas não existirá mais aumento de combustível, pelo menos dentro de um ano", disse ele, em Belo Horizonte.
Perguntado sobre o que garantia esse congelamento, ACM disse: ""Já foi feito esse aumento, com essa base e isso (o congelamento) já está estabelecido".
ACM é a mais importante liderança de seu partido, que dá sustentação à aliança governamental. Sua influência no governo é tida como grande e crescente.
Ao tomar conhecimento da declaração, o ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, que foi indicado para o cargo por ACM, disse: ""Tudo depende da variação cambial".
Ele afirmou que o preço deve ficar congelado, mas fez uma ressalva: "Existe uma regra que prevê que o combustível deve ser aumentado na medida em que haja desvalorização cambial e aumento de preço lá fora".
Em Washington, a Folha apurou que o FMI quer saber da obtenção da meta fiscal, e não da maneira como alcançá-la. Ou seja, qualquer receita a menos terá de ser compensada.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que também estava em Minas Gerais num evento local do partido, disse que a garantia de congelamento partiu do próprio presidente Fernando Henrique Cardoso em conversa com pefelistas.
Bornhausen disse que os deputados voltaram das férias com relatos sobre a insatisfação popular devido ao aumento dos combustíveis. ""Tanto é que o presidente, ao anunciar esse aumento, declarou que seria o último. Evidentemente, é isso que faz o intercâmbio", disse Bornhausen, que definiu como intercâmbio o fato de os deputados terem influência nos atos do governo a partir do contato com as suas bases.
O presidente do PFL não citou quais os deputados tiveram de FHC a garantia de que os combustíveis não sofrerão reajustes, mas deu a entender que à cúpula do PFL essa garantia foi dada.
O PFL defende a ""correção de rumos" em relação à política econômica do governo por meio do diálogo.
Bornhausen, no entanto, disse que essa medida não exige que nomes da equipe econômica sejam substituídos.
ACM também defendeu a permanência da equipe econômica. ""Deve ser mantida porque é competente", disse o senador.


Colaboraram Luiz Francisco, da Agência Folha, em Salvador, e Marcio Aith, de Washington


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