São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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AVIAÇÃO
Aumento no custo do bilhete doméstico em junho e redução de promoções geraram grandes altas desde 98
Passagem aérea sobe mais de 100%

FÁBIA PRATES
em São Paulo

O aumento das passagens aéreas associado à redução das tarifas promocionais concedidas pelas empresas para vôos domésticos fez com que o custo das viagens de avião pelo Brasil subisse, em alguns casos, mais de 100% de 98 para cá.
No auge da "guerra tarifária", quando as empresas ofereciam descontos de até 60%, ir de São Paulo para Belo Horizonte, por exemplo, chegou a sair por R$ 79 pela Vasp, sem incluir taxa de embarque.
Hoje, a tarifa mais barata cobrada pela empresa para o mesmo trecho custa R$ 174.
A tarifa cheia, sem nenhum desconto, custava R$ 196 no ano passado e hoje custa R$ 218.
Para Porto Alegre, também pela Vasp, a passagem chegou a custar R$ 106 (valor promocional).
Hoje, a tarifa mais barata, com desconto médio de 20%, segundo informações do balcão de reservas da empresa, fica em R$ 235.
A mesma diferença de preço da passagem de São Paulo para Porto Alegre, pela Vasp, é verificada na tarifa cobrada pela Transbrasil para o trecho São Paulo/Brasília.
Em todas as empresas, os descontos foram reduzidos. Por causa disso, de julho para agosto, o custo também subiu, ainda que com menos impacto.
O preço do bilhete de São Paulo para Porto Alegre, pela TAM, passou de R$ 235,17 em julho, com desconto de 30%, para R$ 259 neste mês.
A ponte aérea Rio-São Paulo, pela Vasp, custava R$ 65 há um ano, R$ 108 no mês passado e sai agora por R$ 119.
Pela Varig, o mesmo trecho ficava por R$ 130 em julho e hoje custa R$ 143.
A diferença verificada nos últimos 12 meses pode ser ampliada ainda mais.
As empresas querem nova revisão (a última, de 10,9%, ocorreu em junho), alegando aumento de custos por causa da alta do querosene de aviação, dos impostos (a volta da CPMF em 17 de junho) e da variação cambial.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) encaminhou anteontem ao Ministério da Fazenda sugestão de reajuste de 2,9%, abaixo do pretendido pelas empresas aéreas.
Apesar do aumento de custo, as agências de viagens não devem ter queda de vendas, prevê a Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens).
A associação acredita que mesmo com os preços mais altos o movimento nas agências vai continuar inalterado.
A justificativa é que o custo de outros produtos do mix dos pacotes turísticos ainda garante preço atrativo para o consumidor final.
A procura por passagens aéreas subiu 23,8% em 98 em comparação com o ano anterior, segundo informações do DAC.
O crescimento teria sido estimulado pelos preços promocionais aplicados pelas empresas aéreas.
As promoções faziam com que a relação custo/benefício fosse positiva em relação ao transporte rodoviário.


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