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AVIAÇÃO
Aumento no custo do bilhete doméstico em junho e redução de promoções geraram grandes altas desde 98
Passagem aérea sobe mais de 100%
FÁBIA PRATES
em São Paulo
O aumento das passagens aéreas associado à redução das tarifas promocionais concedidas pelas empresas para vôos domésticos fez com que o custo das viagens de avião pelo Brasil subisse,
em alguns casos, mais de 100% de
98 para cá.
No auge da "guerra tarifária",
quando as empresas ofereciam
descontos de até 60%, ir de São
Paulo para Belo Horizonte, por
exemplo, chegou a sair por R$ 79
pela Vasp, sem incluir taxa de embarque.
Hoje, a tarifa mais barata cobrada pela empresa para o mesmo
trecho custa R$ 174.
A tarifa cheia, sem nenhum desconto, custava R$ 196 no ano passado e hoje custa R$ 218.
Para Porto Alegre, também pela
Vasp, a passagem chegou a custar
R$ 106 (valor promocional).
Hoje, a tarifa mais barata, com
desconto médio de 20%, segundo
informações do balcão de reservas da empresa, fica em R$ 235.
A mesma diferença de preço da
passagem de São Paulo para Porto Alegre, pela Vasp, é verificada
na tarifa cobrada pela Transbrasil
para o trecho São Paulo/Brasília.
Em todas as empresas, os descontos foram reduzidos. Por causa disso, de julho para agosto, o
custo também subiu, ainda que
com menos impacto.
O preço do bilhete de São Paulo
para Porto Alegre, pela TAM, passou de R$ 235,17 em julho, com
desconto de 30%, para R$ 259
neste mês.
A ponte aérea Rio-São Paulo,
pela Vasp, custava R$ 65 há um
ano, R$ 108 no mês passado e sai
agora por R$ 119.
Pela Varig, o mesmo trecho ficava por R$ 130 em julho e hoje
custa R$ 143.
A diferença verificada nos últimos 12 meses pode ser ampliada
ainda mais.
As empresas querem nova revisão (a última, de 10,9%, ocorreu
em junho), alegando aumento de
custos por causa da alta do querosene de aviação, dos impostos (a
volta da CPMF em 17 de junho) e
da variação cambial.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) encaminhou anteontem ao Ministério da Fazenda sugestão de reajuste de 2,9%, abaixo
do pretendido pelas empresas aéreas.
Apesar do aumento de custo, as
agências de viagens não devem
ter queda de vendas, prevê a Abav
(Associação Brasileira das Agências de Viagens).
A associação acredita que mesmo com os preços mais altos o
movimento nas agências vai continuar inalterado.
A justificativa é que o custo de
outros produtos do mix dos pacotes turísticos ainda garante preço
atrativo para o consumidor final.
A procura por passagens aéreas
subiu 23,8% em 98 em comparação com o ano anterior, segundo
informações do DAC.
O crescimento teria sido estimulado pelos preços promocionais aplicados pelas empresas aéreas.
As promoções faziam com que
a relação custo/benefício fosse
positiva em relação ao transporte
rodoviário.
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