São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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BC quer reduzir juros para consumidor

PAULO CABRAL
do FolhaNews

O Banco Central pretende concluir até o fim de setembro estudo que vai orientar ações para a redução das taxas de juros cobradas do consumidor. "Queremos saber porque o spread (diferença entre taxas) entre os juros básicos da economia e as taxas na ponta do consumo é tão grande", disse o presidente do BC, Armínio Fraga.
A taxa over-selic (taxa básica determinada pelo Comitê de Política Monetária para os juros brasileiros) está em 19,5% ao ano. Na ponta do consumidor, no entanto, os juros médios estão em 121,96% ao ano no CDC (crédito direto ao consumidor) e batem em 326,14% ao ano nos empréstimos pessoais, de acordo com os números de julho da pesquisa mensal sobre juros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
De acordo com o presidente do Banco Central, o órgão já descobriu que de 20% a 30% do spread é provocado por impostos e compulsórios. "O percentual varia de acordo com o prazo e o volume do crédito", explicou Fraga.
O BC ainda tem duas etapas de estudos antes de concluir a pesquisa. Segundo Fraga, a próxima fase é analisar os riscos e a qualidade das garantias. "Por último vamos avaliar os custos e margens das instituições financeiras."
Fraga abordou o assunto em palestra sobre as políticas monetária e cambial na ESG (Escola Superior de Guerra), ontem no Rio.
O presidente do BC disse também que órgão considera que as linhas de crédito internacionais para empresas brasileiras estão totalmente restabelecidas. "As linhas aumentaram cerca de 21% com taxas de juros entre 6% e 8% dependendo do tomador", informou Fraga.
Os dados motivaram o Banco Central a parar de pedir oficialmente às instituições financeiras internacionais que concedam crédito para empresas brasileiras.


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