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País se recupera em meio aos emergentes, vê presidente do BCE
ÉRICA FRAGA
ENVIADA ESPECIAL À BASILÉIA
O Brasil está inserido em um
contexto de recuperação dos mercados emergentes que, de forma
geral, tem passado uma imagem
de prosperidade e boas tendências. Foi o que afirmou, ontem,
Jean-Claude Trichet, presidente
do Banco Central Europeu e porta-voz dos representantes das autoridades monetárias do G10.
"As perspectivas para as economias dos países emergentes continuam a melhorar [...] Eu posso
confimar que o Brasil fez parte
dessa análise positiva que fizemos
sobre os mercados emergentes",
disse ele, durante pronunciamento para a imprensa sobre a reunião do BIS (Banco de Compensações Internacionais) que terminou ontem.
Mas Trichet não quis fazer comentários mais específicos sobre
a economia brasileira e sugeriu a
jornalistas do país que perguntasssem a Henrique Meirelles,
presidente do Banco Central, que
participou dos encontros.
Anteontem, Meirelles havia
afirmado que a percepção geral
de banqueiros e autoridades monetárias presentes no encontro
era que o Brasil estava entrando,
depois de décadas, em uma rota
de crescimento sustentado. Ele
disse ainda que o Brasil já começa
a aparecer ao lado de países como
Chile e México quando são feitas
análises por grupo de nações.
No domingo, Meirelles também
descartou mudanças no formato
das reuniões do Copom, sugeridas pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Procurado ontem,
ele não quis dar entrevista, afirmando que estava com pouco
tempo porque tinha de embarcar
para o Brasil, à tarde, para participar da reunião do Copom.
Economia global
No contexto da economia global, Trichet disse que a opinião
dos participantes do encontro era
que a recuperação voltou a ganhar força depois de uma desaceleração no segundo trimestre.
Ressaltou, no entanto, que os preços do petróleo seguem muito altos e que o ideal é que caíssem para patamares mais coerentes com
os fundamentos do mercado.
"O nível atual dos preços é muito mais alto do que normalmente
seria apropriado para otimizar o
funcionamento da economia global, não no curto, mas no médio e
longo prazos", disse Trichet.
Ele disse ainda que "há boas razões para encorajar nossos parceiros a reduzir, progressivamente, os preços do petróleo", indicando que as autoridades monetarárias vêem espaço para a redução das cotações dos preços, que
estariam infladas.
Trichet afirmou também que,
embora os presidentes dos bancos centrais estejam confiantes na
recuperação e no controle das expectativas inflacionárias, é preciso
manter a "vigilância", dando uma
indicação de que o atual ciclo de
altas de juros nos países desenvolvidos tende a continuar.
Segundo participantes do encontro, não houve consenso sobre todas as causas do patamar
elevado do petróleo. Embora todos tivessem concordado que a
pressão da demanda é a principal
fonte de pressão, há dúvidas sobre
o impacto de movimentos especulativos sobre as cotações.
Para Trichet, no entanto, embora muito altos, os preços do petróleo provocam menos preocupações hoje devido ao menor impacto negativo que têm sobre o
crescimento dos países. Entre as
razões, ele citou a menor dependência do uso de energia por unidade de produção e também, especificamente, do petróleo.
As projeções do BIS são de que,
em 2004, os EUA cresçam 4,4%, o
Japão, 4,3%, e a União Européia,
1,8%. Em 2005, esses números se
alterariam para, respectivamente,
3,6%, 1,9% e 2,1%.
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