São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2004

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POLÍTICA MONETÁRIA

Para ministro, membro do conselho ao lado de Palocci e Meirelles, ainda é preciso fazer "estudo"

Mantega apóia proposta de ampliar CMN

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou ontem pela manhã em São Paulo que é favorável à ampliação da composição do CMN (Conselho Monetário Nacional), atualmente formado por ele, pelo ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que na prática tem o controle do órgão, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Conforme a Folha publicou ontem, a idéia, que partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é incluir representantes de empresários e sindicalistas na composição do CMN, que, entre outras atribuições, define a meta de inflação utilizando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) como parâmetro.
"Eu particularmente sou a favor da ampliação, que é uma idéia do presidente Lula", disse o ministro. "Mas temos de fazer um estudo para ver como fazer essa ampliação. Ainda não temos posição amadurecida sobre esse assunto."
Segundo Mantega, a proposta ainda não foi formalmente discutida. "Não sei como vai ser essa configuração. Prefiro ouvir a proposta do presidente, que ainda não foi colocada em pauta, para depois me pronunciar", afirmou.
Sobre a idéia, também encampada por Lula, de reduzir a periodicidade das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), o ministro disse não ter "posição definida a respeito". Mesmo assim, ele afirmou que Lula tem razão ao não querer que a nação fique "sintonizada nas reuniões".
"O empresário deixa de fazer investimento, o trabalhador deixa de gastar. Gostaríamos de afastar essa questão, que a reunião transcorresse como mais um evento natural, algo cotidiano. Que ninguém tivesse prestando atenção nisso", resumiu. "Mas, se para isso é necessário reduzir a quantidade de reuniões, é outra história, a questão é complexa e precisa ser discutida em profundidade."
Durante o Fórum de Economia da FGV, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, disse que a central está pronta para participar do CMN e defender sua visão dentro do conselho. "Eu assinei um artigo recentemente defendendo a necessidade de ampliação. Nós não podemos ter um CMN que trabalha exclusivamente com a visão do sistema financeiro brasileiro."


Colaborou a Folha Online


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