DA SUCURSAL DO RIO

Ao falarem do papel do Brasil no cenário internacional e nas negociações comerciais, os embaixadores Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-executivo do Itamaraty, e José Alfredo Graça Lima, representante brasileiro na União Européia, revelaram uma diferença de tom.
Para Guimarães, a prioridade, definida pelo presidente Lula, é buscar acordos com países com características mais parecidas com o Brasil -os da América do Sul, da África e do Oriente Médio. O objetivo, segundo ele, é dar mais peso ao país no cenário internacional para que o Brasil possa cumprir seu papel de "transformação" da política vigente -e não ter de adaptar-se a ela.
Já Lima, embora reconhecendo a importância dessa estratégia, afirmou que o Brasil tem de procurar também acordos com países desenvolvidos. Isso porque eles são benéficos ao garantirem uma "maior corrente de comércio" -ou seja: o Brasil pode ganhar mais com as exportações.
"O embaixador Pinheiro Guimarães falou sobre as prioridades de política externa. E é natural que um país com as características do Brasil e com suas disparidades queira se aproximar e fazer alianças e parcerias cada vez mais fortes com países parecidos. Talvez isso não vá resultar em criação de maiores correntes de comércio. Quanto a isso, talvez eu tenda a ser mais um pouco mais cético."
Para Guimarães, a estratégia do Brasil é fortalecer um mundo "multipolar" -com isso, reduzirá a supremacia de alguns pólos.


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