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Trabalhador da Volks do Paraná quer contratação de 300
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os funcionários da Volkswagen de São José dos Pinhais
(PR) querem que a empresa
cancele o plano de reestruturação previsto para aquela unidade -que prevê a demissão de
900 dos atuais 3.600 trabalhadores da fábrica - e contrate ao
menos 300 operários.
A reivindicação será feita à
Volks se for confirmada informação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT)
de que a produção do Fox Europa (para exportação) será
transferida de São Bernardo do
Campo para a unidade do Paraná a partir de julho de 2007.
A Volkswagen não comenta o
assunto e informa que o grupo
anunciou no dia 3 de maio que
redimensionaria suas atividades em três de suas cinco fábricas: Taubaté (SP), São Bernardo e São José dos Pinhais.
Os trabalhadores do ABC decidem hoje em assembléia se
aceitam ou não acordo negociado pela empresa e pelo sindicato que prevê a abertura de um
PDV (Programa de Demissão
Voluntária) para demitir 3.600
de seus 12,4 mil trabalhadores.
O pacote de incentivos varia
de 0,3 salário adicional a 1,4 extra por ano trabalho, conforme
a data de adesão, e seria feito
em 11 etapas, a partir deste mês
até dezembro de 2008.
Em Taubaté, acordo feito há
cerca de dois meses prevê a saída de 700 operários até 2008,
com incentivo de 0,6 salário extra por ano de serviço. Desse total, 160 já foram desligados.
"Não há como produzir mais
veículos sem contratar mais
funcionários. Ou a Volks aumenta a capacidade instalada
ou ajusta seus planos e reduz a
produção de outros veículos",
diz Jamil Dávila, secretário do
Sindicato dos Metalúrgicos da
Grande Curitiba (Força Sindical). A fábrica de São José dos
Pinhais, a mais nova e mais moderna do grupo, produz hoje
810 veículos por dia -modelos
Fox, CrossFox e Golf.
No Paraná, a previsão é fabricar 31.262 Fox para exportação
no próximo ano, segundo informa o sindicalista.
"Se a fábrica transferir a produção de 7.000 carros do modelo Fox para o Paraná, tem de
contratar", diz Dávila.
"O ritmo de produção está
acelerado demais e há insatisfação com as más condições de
trabalho. Se houver um pacote
no Paraná como o do ABC, 25%
dos operários vão aderir."
Hoje, os trabalhadores do Paraná fizeram assembléia para
decidir os rumos da campanha
salarial e rejeitaram a proposta
oferecida pela empresa.
A Volks, segundo informa o
sindicato, ofereceu o mesmo
reajuste negociado para o setor
automotivo -reposição integral da inflação mais 1,3% de
aumento real. Representantes
da Anfavea (reúne os fabricantes de veículos) negociaram em
2004 esse acordo com sindicalistas do Estado de São Paulo.
"Os trabalhadores da Volks,
Renault e Volvo recusaram a
proposta do setor patronal. As
empresas têm 48 horas para
oferecer uma contraproposta,
caso contrário terão início as
paralisações", afirmou Dávila.
Nas três montadoras, os funcionários pedem 5% de aumento real, além da inflação acumulada nos últimos 12 meses
(medida pelo INPC).
Em São Bernardo, a Volkswagen pretendia pagar neste
ano, apesar do acordo negociado na Anfavea, reajuste com reposição de 85% da inflação. Segundo o sindicato da categoria
no ABC, com a proposta de
acordo anunciada na última segunda-feira, a empresa se comprometeu a cumprir o trato e conceder 1,3% de aumento real.
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