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Bovespa ignora ata do Copom, acompanha NY e avança 1,9%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A ata sisuda do Copom não
segurou a Bovespa. Na esteira
da recuperação do mercado internacional, a Bolsa de Valores
de São Paulo subiu 1,90%.
Altas foram registradas nos
mercados acionários americano e europeu. Em Wall Street, o
índice de ações Dow Jones subiu 1%. Na Europa, destaque
para as Bolsas de Paris (que se
valorizou 1,04%), Londres
(0,91%) e Frankfurt (0,84%).
A informação de que a
Countrywide Financial, a
maior financeira do setor imobiliário dos EUA, irá oferecer
US$ 12 bilhões para novas linhas de crédito foi bem recebida pelo mercado. O crescimento abaixo do esperado nos pedidos de auxílio-desemprego no
país na semana passada foi outro fator favorável à melhora do
humor dos investidores.
A apresentação da ata da última reunião do Copom, documento que esclareceu os motivos de a taxa Selic ter sido reduzida de 11,5% para 11,25% na semana passada, foi o principal
evento doméstico no dia.
O documento reforçou as expectativas de que a taxa básica
Selic pode não ser mais reduzida em 2007.
Segundo avaliação do Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco, a ata do Copom foi "mais dura que o esperado, indicando clara interrupção dos cortes da Selic".
Para a Bolsa, quanto menores os juros, melhor, portanto a
ata poderia ter tido reflexo negativo no mercado. Mas a continuidade da entrada de capital
externo no pregão da Bovespa
-movimento que tem sido verificado desde o fim de agosto-
sustentou o mercado acionário
brasileiro em alta.
Até o dia 10 deste mês, o saldo das operações dos estrangeiros na Bolsa estava positivo em
R$ 406,64 milhões. Em agosto,
o balanço foi negativo em R$
605,89 milhões.
Nesse cenário, o dólar tem
recuado. No mês, a moeda americana acumula depreciação de
3% diante do real. Ontem, a
queda foi de 0,26%, o que levou
a moeda a R$ 1,905.
Durante as operações, o dólar atingiu os R$ 1,895. Mesmo
assim, o Banco Central se mantém fora do mercado de câmbio, posição que adotou há pouco mais de um mês. Com as cotações nos atuais níveis, analistas esperam que o BC volte a fazer leilões para comprar dólares, como vinha ocorrendo até
o começo de agosto, para evitar
que a moeda brasileira fique
muito valorizada.
Se o Copom optar por manter a Selic nos atuais níveis, a
tendência de depreciação do
dólar se fortalece, pois o Brasil
pratica a segunda maior taxa
real (descontada a inflação) do
planeta, atraindo assim muito
capital financeiro externo.
Ações em alta
A escalada do barril de petróleo no mercado internacional,
que bateu novo recorde de preço ontem (leia à pág. B8), influenciou a alta das ações de petrolíferas. Na Bolsa de Nova
York, os papéis da Exxon Mobil
subiram 1,11%. Em Londres, as
ações da British Petroleum se
valorizaram em 0,79%.
As ações da Petrobras foram
responsáveis por cerca de 15%
do movimento da Bovespa de
ontem e subiram 1,17% (ON) e
1,16% (PN). Na semana, as
ações preferenciais da Petrobras registram alta de 2,35%, e
as ordinárias, de 2,14%.
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