São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Bovespa ignora ata do Copom, acompanha NY e avança 1,9%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A ata sisuda do Copom não segurou a Bovespa. Na esteira da recuperação do mercado internacional, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,90%.
Altas foram registradas nos mercados acionários americano e europeu. Em Wall Street, o índice de ações Dow Jones subiu 1%. Na Europa, destaque para as Bolsas de Paris (que se valorizou 1,04%), Londres (0,91%) e Frankfurt (0,84%).
A informação de que a Countrywide Financial, a maior financeira do setor imobiliário dos EUA, irá oferecer US$ 12 bilhões para novas linhas de crédito foi bem recebida pelo mercado. O crescimento abaixo do esperado nos pedidos de auxílio-desemprego no país na semana passada foi outro fator favorável à melhora do humor dos investidores.
A apresentação da ata da última reunião do Copom, documento que esclareceu os motivos de a taxa Selic ter sido reduzida de 11,5% para 11,25% na semana passada, foi o principal evento doméstico no dia.
O documento reforçou as expectativas de que a taxa básica Selic pode não ser mais reduzida em 2007.
Segundo avaliação do Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco, a ata do Copom foi "mais dura que o esperado, indicando clara interrupção dos cortes da Selic".
Para a Bolsa, quanto menores os juros, melhor, portanto a ata poderia ter tido reflexo negativo no mercado. Mas a continuidade da entrada de capital externo no pregão da Bovespa -movimento que tem sido verificado desde o fim de agosto- sustentou o mercado acionário brasileiro em alta.
Até o dia 10 deste mês, o saldo das operações dos estrangeiros na Bolsa estava positivo em R$ 406,64 milhões. Em agosto, o balanço foi negativo em R$ 605,89 milhões.
Nesse cenário, o dólar tem recuado. No mês, a moeda americana acumula depreciação de 3% diante do real. Ontem, a queda foi de 0,26%, o que levou a moeda a R$ 1,905.
Durante as operações, o dólar atingiu os R$ 1,895. Mesmo assim, o Banco Central se mantém fora do mercado de câmbio, posição que adotou há pouco mais de um mês. Com as cotações nos atuais níveis, analistas esperam que o BC volte a fazer leilões para comprar dólares, como vinha ocorrendo até o começo de agosto, para evitar que a moeda brasileira fique muito valorizada.
Se o Copom optar por manter a Selic nos atuais níveis, a tendência de depreciação do dólar se fortalece, pois o Brasil pratica a segunda maior taxa real (descontada a inflação) do planeta, atraindo assim muito capital financeiro externo.

Ações em alta
A escalada do barril de petróleo no mercado internacional, que bateu novo recorde de preço ontem (leia à pág. B8), influenciou a alta das ações de petrolíferas. Na Bolsa de Nova York, os papéis da Exxon Mobil subiram 1,11%. Em Londres, as ações da British Petroleum se valorizaram em 0,79%.
As ações da Petrobras foram responsáveis por cerca de 15% do movimento da Bovespa de ontem e subiram 1,17% (ON) e 1,16% (PN). Na semana, as ações preferenciais da Petrobras registram alta de 2,35%, e as ordinárias, de 2,14%.


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