São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Funcionários dos Correios iniciam greve

Empresa, que ameaça cortar ponto de grevistas, diz que paralisação é parcial; para federação, atinge 85% da área operacional

Estatal oferece aumento de R$ 50, reajuste de 3,74% e abono de R$ 400; os trabalhadores pedem 4,91% e reposição de 47%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os funcionários dos Correios entraram em greve ontem. De acordo com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), a paralisação atinge de 85% a 90% da área operacional da empresa (carteiros, motoristas e pessoal que faz a triagem das correspondências).
Os Correios informaram que estão cortando o ponto dos grevistas, contratando pessoal extra e transferindo funcionários da área administrativa para o setor operacional -medidas que fazem parte de um plano de contingência.
A empresa informou ainda que, se a proposta salarial não for aceita pelos sindicatos, irá procurar a Justiça trabalhista para iniciar o processo de dissídio (arbitragem do conflito).
De acordo com a empresa, a paralisação é "parcial" e todas as 12.329 agências funcionaram normalmente. Apenas os serviços de encomendas expressas Sedex 10 (no destino até as 10h do dia seguinte) e Sedex Hoje (no destino no mesmo dia) foram suspensos.
Ainda de acordo com os Correios, entre terça-feira e ontem foram entregues 3.300 toneladas de encomendas, volume considerado normal.
Os números de funcionários parados divergem. Para a Fentect, dos cerca de 108 mil trabalhadores da área operacional, cerca de 70 mil estão parados.
Segundo os Correios, os trabalhadores em greve somam cerca de 15 mil, concentrados nas principais capitais do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Recife).
A proposta final dos Correios é de aumento de R$ 50 para todos os empregados a partir de janeiro do ano que vem e reajuste salarial de 3,74%.
Além disso, haveria o pagamento de um abono de R$ 400 para todos os empregados (metade na assinatura do acordo e metade em janeiro de 2008).
Os trabalhadores pedem reajuste de 4,91%, reposição de perdas de 47% e manutenção de direitos sociais adquiridos.
Eles reclamam do fim da possibilidade de os cônjuges dos funcionários poderem ser incluídos como dependentes no plano de saúde e da redução do limite de idade dos filhos para pagamento de auxílio-creche, de sete para seis anos.
Os Correios informaram ainda que de 2002 até o último acordo o aumento acumulado foi de 103,35%, enquanto a variação do IPCA (índice que mede a inflação) no mesmo período foi de 46,87%.
Para a empresa, isso significa que não há perda para ser recuperada. Ainda de acordo com a empresa, com os reajustes, os funcionários tiveram ganho real de 58,59% desde 2002.

Contas
Segundo o Procon, o atraso no recebimento de contas -mesmo que por conta da greve- torna o consumidor isento do pagamento, sendo responsabilidade das empresas buscar formas alternativas de pagamento. Para evitar transtornos, no entanto, o cliente deve entrar em contato com as empresas caso saibam de débitos.


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