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Funcionários dos Correios iniciam greve
Empresa, que ameaça cortar ponto de grevistas, diz que paralisação é parcial; para federação, atinge 85% da área operacional
Estatal oferece aumento de R$ 50, reajuste de 3,74% e abono de R$ 400; os trabalhadores pedem
4,91% e reposição de 47%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os funcionários dos Correios
entraram em greve ontem. De
acordo com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares), a paralisação atinge de 85% a 90% da
área operacional da empresa
(carteiros, motoristas e pessoal
que faz a triagem das correspondências).
Os Correios informaram que
estão cortando o ponto dos grevistas, contratando pessoal extra e transferindo funcionários
da área administrativa para o
setor operacional -medidas
que fazem parte de um plano de
contingência.
A empresa informou ainda
que, se a proposta salarial não
for aceita pelos sindicatos, irá
procurar a Justiça trabalhista
para iniciar o processo de dissídio (arbitragem do conflito).
De acordo com a empresa, a
paralisação é "parcial" e todas
as 12.329 agências funcionaram normalmente. Apenas os
serviços de encomendas expressas Sedex 10 (no destino
até as 10h do dia seguinte) e Sedex Hoje (no destino no mesmo dia) foram suspensos.
Ainda de acordo com os Correios, entre terça-feira e ontem
foram entregues 3.300 toneladas de encomendas, volume
considerado normal.
Os números de funcionários
parados divergem. Para a Fentect, dos cerca de 108 mil trabalhadores da área operacional,
cerca de 70 mil estão parados.
Segundo os Correios, os trabalhadores em greve somam
cerca de 15 mil, concentrados
nas principais capitais do país
(São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e
Recife).
A proposta final dos Correios
é de aumento de R$ 50 para todos os empregados a partir de
janeiro do ano que vem e reajuste salarial de 3,74%.
Além disso, haveria o pagamento de um abono de R$ 400
para todos os empregados (metade na assinatura do acordo e
metade em janeiro de 2008).
Os trabalhadores pedem reajuste de 4,91%, reposição de
perdas de 47% e manutenção
de direitos sociais adquiridos.
Eles reclamam do fim da possibilidade de os cônjuges dos
funcionários poderem ser incluídos como dependentes no
plano de saúde e da redução do
limite de idade dos filhos para
pagamento de auxílio-creche,
de sete para seis anos.
Os Correios informaram ainda que de 2002 até o último
acordo o aumento acumulado
foi de 103,35%, enquanto a variação do IPCA (índice que mede a inflação) no mesmo período foi de 46,87%.
Para a empresa, isso significa
que não há perda para ser recuperada. Ainda de acordo com a
empresa, com os reajustes, os
funcionários tiveram ganho
real de 58,59% desde 2002.
Contas
Segundo o Procon, o atraso
no recebimento de contas
-mesmo que por conta da greve- torna o consumidor isento
do pagamento, sendo responsabilidade das empresas buscar
formas alternativas de pagamento. Para evitar transtornos,
no entanto, o cliente deve entrar em contato com as empresas caso saibam de débitos.
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