São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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Empresários esperam um ano de crescimento

Aumento do PIB será pouco menor que o de 2008

DA REPORTAGEM LOCAL

A percepção de que 2009 será um bom ano é comum a empresários de diversos setores. "Com a ressalva de que é preciso esperar o que vai acontecer com a economia americana, estamos otimistas com relação a 2009", diz Bernardo Gradin, presidente da petroquímica Braskem. "Há uma inércia no crescimento doméstico e não esperamos crescimento menor do que 4% em 2009."
Isso porque, segundo Gradin, há fôlego para o crescimento doméstico, graças ao crédito, e para o aumento nas exportações por conta da menor dependência da economia americana. Nicholas Reade, presidente da construtora Brascan, também aposta no aumento do financiamento ao consumidor.
"O PIB [Produto Interno Bruto] da construção civil vai crescer duas ou três vezes o PIB brasileiro porque há demanda pelo produto e oferta de financiamento", diz Reade.
O aumento das taxas de emprego é a aposta das empresas de medicina diagnóstica. "Crescemos atendendo planos de saúde, que ganham força com a criação de empregos formais", diz Mauro Figueiredo, presidente do grupo Fleury. "Se a geração de vagas aumentar conforme o previsto, vamos crescer mais do que o PIB."
Segundo Tharso Bossolani, assessor do conselho da Dasa, a inflação afeta mais o setor de medicina diagnóstica do que a alta nos juros. A mesma percepção têm empresas de produtos de consumo.
"Crescemos há 17 trimestres no Brasil e prevemos continuar no mesmo caminho", diz Marco Simões, vice-presidente da Coca-Cola. "Ao mesmo tempo em que o poder de consumo das classes C e D aumentou, estamos apostando em inovações e ampliando a linha de produtos para clientes das classes A e B."
O conselho consultivo do grupo Pão de Açúcar, espera incremento de 4% no PIB em 2009 e com a taxa de inflação, medida pelo IPCA, de 5%. "O crescimento do PIB será pouca coisa menor", diz Abilio Diniz, presidente do conselho. "Nada que impacte os negócios."
Já a Grendene trabalha com o crescimento do PIB entre 3% e 4%. "Mais para 3% do que 4%", diz Francisco Schmitt, diretor de relações com investidores da Grendene. "O câmbio estará mais favorável para exportadores como nós, mas a taxa de juros reduz a renda e pode resultar num ano sem grande crescimento."
(CRISTIANE BARBIERI)


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