São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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INVESTIMENTO

Susep regulamenta produto indicado para pessoas que fazem declaração simplificada do Imposto de Renda

Previdência privada ganha mais uma opção

ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um novo tipo de plano de previdência para empresas deverá estar disponível nas prateleiras das seguradoras até o final deste mês: o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) coletivo. A regulamentação foi anunciada na quinta-feira pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) e algumas seguradoras já entraram com pedido de autorização para comercializar o produto.
"Vamos ter agora produtos para todos os públicos. Ninguém mais será punido", diz Osvaldo Nascimento, diretor-executivo da Itaú Vida e Previdência.
"As empresas terão planos de previdência que se adaptam a todos os perfis de funcionários. Eles poderão optar pelo VGBL, pelo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) ou por ambos", afirma Flávio Perondi, diretor da Real Seguros.

O que é
O VGBL coletivo tem as mesmas características do VGBL para pessoa física, lançado há cerca de cinco meses. É um modelo de seguro de vida resgatável ao final de um determinado prazo. O investidor aplica mensalmente uma quantia que vai para um fundo.
Não há nenhuma rentabilidade garantida. No final da contratação, pode resgatar o que acumulou e comprar uma renda para complementar a aposentadoria oficial.
A principal diferença com o PGBL, principal produto de previdência, está na tributação. No PGBL, pode-se abater o total aplicado da renda bruta anual, até o limite de 12%. No resgate, o IR incide sobre o total acumulado, de acordo com a tabela progressiva. O percentual a pagar pode chegar a 27,5%.
No caso do VGBL, o poupador não pode abater os depósitos da renda bruta. Em compensação, no resgate, a tabela progressiva incide somente sobre os rendimentos acumulados. Em ambos, durante o período de poupança, não há tributação.
O VGBL para pessoa física tem sido um sucesso de público e a expectativa das seguradoras é que aconteça o mesmo com o coletivo. Isso porque a forma de tributação desse produto atinge uma parcela maior dos brasileiros do que o PGBL.
Enquanto o PGBL é um plano vantajoso só para quem faz a declaração completa de IR e pode deduzir os depósitos, o VGBL é indicado para quem utiliza a declaração simplificada, é isento ou está na economia informal. "A maioria das pessoas não paga IR. Menos de 6% da população ganha mais de dez salários mínimos", diz Nascimento.
Segundo ele, o PGBL, em cinco anos de existência, acumulou um patrimônio total de cerca de R$ 5 bilhões. O VGBL para pessoa física, em cinco meses, já tem um patrimônio de R$ 1,4 bilhão.
Na Itaú Previdência, o número de contratos de VGBL já chega a 110 mil. A expectativa da direção era chegar ao final do ano com 150 mil contratos. Com a regulamentação estendendo o produto para pessoa jurídica, esse número saltou para 200 mil.
Perondi acha que a quantidade de pessoas com um VGBL poderá ser o dobro ou até o triplo daquelas com um PGBL. No entanto, o volume em dinheiro não deverá ser muito diferente entre os dois. "O público que investe no PGBL, em geral, ganha mais que o que compra um VGBL", explica.


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