São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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TRABALHO

Principais centros urbanos têm mais postos com carteira assinada neste ano

Vaga formal volta a aparecer nas regiões metropolitanas

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a recuperação da economia atingindo também setores ligados ao mercado interno, a quantidade de postos de trabalho com carteira assinada voltou a reagir nas regiões metropolitanas de janeiro a agosto deste ano.
De acordo com números da consultoria LCA com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, de janeiro a agosto de 2001, 22,7% de todos os postos de trabalho formais foram gerados nas seis principais regiões metropolitanas.
Nos mesmos períodos de 2002 e 2003, esse percentual caiu para, respectivamente, 16,8% e 12,6%. Nos primeiros oito meses deste ano, o número voltou para 22,3%.
"Na medida em que a recuperação ganha sustentabilidade, o motor da economia volta a ser indústria e serviços, e com isso o emprego volta para essas regiões", diz o secretário de Trabalho de São Paulo, Marcio Pochmann.
A geração de vagas no chamado "interior dinâmico" (interior do Rio Grande do Sul, do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e do Centro-Oeste, excluído o Distrito Federal), regiões que mais cresceram no embalo do agronegócio, passou de 58,6% do total de postos de trabalho formais criados no país de janeiro a agosto de 2001 para 62,9% e 71,8%, respectivamente, em 2002 e no ano passado.
Nos primeiros oito meses deste ano, esse percentual caiu para 55,4%. "Claro que nem todas as áreas interioranas tiveram um bom desempenho: a Amazônia e o Nordeste vêm apresentando um desempenho bem inferior em termos de criação de empregos formais", afirma Fábio Romão, economista da LCA.
No ano passado, a PEA (População Economicamente Ativa) das seis principais regiões metropolitanas representou 26% do total do Brasil.

Sem representatividade
Para Claudio Dedecca, professor e pesquisador do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho), da Unicamp, a comparação entre a taxa de desemprego da Pnad nas seis regiões metropolitanas e no restante do país não pode ser feita.
"Não existe taxa de desemprego nas áreas rurais. Isso porque o desemprego não aparece nessas regiões. Parte da população sem emprego migra para o autoconsumo, ou seja, produz o que consome, e outra parte migra para a inatividade", diz o especialista.
De acordo com ele, por conta dessas diferenças da desocupação nas áreas urbanas e rurais, muitos desempregados não aparecem na pesquisa. "O critério da Pnad é para atividades urbanas. As variações da economia não se refletem quando a área pesquisada é rural", afirma Dedecca.
A intenção do governo é que a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE possa ter abrangência nacional a partir de 2006. As áreas que serão pesquisadas, porém, ainda não estão definidas.
(MAELI PRADO)


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