|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Principais centros urbanos têm mais postos com carteira assinada neste ano
Vaga formal volta a aparecer
nas regiões metropolitanas
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a recuperação da economia atingindo também setores ligados ao mercado interno, a
quantidade de postos de trabalho
com carteira assinada voltou a
reagir nas regiões metropolitanas
de janeiro a agosto deste ano.
De acordo com números da
consultoria LCA com base em dados do Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados)
do Ministério do Trabalho, de janeiro a agosto de 2001, 22,7% de
todos os postos de trabalho formais foram gerados nas seis principais regiões metropolitanas.
Nos mesmos períodos de 2002 e
2003, esse percentual caiu para,
respectivamente, 16,8% e 12,6%.
Nos primeiros oito meses deste
ano, o número voltou para 22,3%.
"Na medida em que a recuperação ganha sustentabilidade, o motor da economia volta a ser indústria e serviços, e com isso o emprego volta para essas regiões",
diz o secretário de Trabalho de
São Paulo, Marcio Pochmann.
A geração de vagas no chamado
"interior dinâmico" (interior do
Rio Grande do Sul, do Paraná, de
São Paulo, de Minas Gerais e do
Centro-Oeste, excluído o Distrito
Federal), regiões que mais cresceram no embalo do agronegócio,
passou de 58,6% do total de postos de trabalho formais criados no
país de janeiro a agosto de 2001
para 62,9% e 71,8%, respectivamente, em 2002 e no ano passado.
Nos primeiros oito meses deste
ano, esse percentual caiu para
55,4%. "Claro que nem todas as
áreas interioranas tiveram um
bom desempenho: a Amazônia e
o Nordeste vêm apresentando um
desempenho bem inferior em termos de criação de empregos formais", afirma Fábio Romão, economista da LCA.
No ano passado, a PEA (População Economicamente Ativa)
das seis principais regiões metropolitanas representou 26% do total do Brasil.
Sem representatividade
Para Claudio Dedecca, professor e pesquisador do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho), da Unicamp, a comparação entre a taxa
de desemprego da Pnad nas seis
regiões metropolitanas e no restante do país não pode ser feita.
"Não existe taxa de desemprego
nas áreas rurais. Isso porque o desemprego não aparece nessas regiões. Parte da população sem
emprego migra para o autoconsumo, ou seja, produz o que consome, e outra parte migra para a
inatividade", diz o especialista.
De acordo com ele, por conta
dessas diferenças da desocupação
nas áreas urbanas e rurais, muitos
desempregados não aparecem na
pesquisa. "O critério da Pnad é
para atividades urbanas. As variações da economia não se refletem
quando a área pesquisada é rural", afirma Dedecca.
A intenção do governo é que a
PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE possa ter abrangência nacional a partir de 2006. As
áreas que serão pesquisadas, porém, ainda não estão definidas.
(MAELI PRADO)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Trabalho no pé: Calçados sustentam emprego em Franca Índice
|