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Equipamento para pirataria é comprado em 24 prestações
Policiais encontram em local de produção de cópias ilegais de DVDs e CDs carnês de loja referentes à aquisição de aparelhos
No Rio de Janeiro, polícia afirma que pirataria não é organizada e a maior parte da produção é espalhada pelo Estado e caseira
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Uma pista de como a pirataria está disseminada e pulverizada foi encontrada pela polícia
no mês passado.
Ao estourar um "laboratório"
(local de produção de cópias
ilegais de DVDs e CDs) localizado em uma sala comercial, no
centro do Rio, a polícia apreendeu quatro carnês das Casas
Bahia, referentes à compra da
maior parte da aparelhagem
usada na produção dos DVDs e
CDs piratas: quatro torres, dez
gravadores de imagens e de
som e três impressoras. O responsável pelo local foi preso.
A equipe da DRCPIM (Delegacia de Repressão contra os
Crimes de Propriedade Imaterial) relatou que o "dono do negócio" estava desempregado e
comprou os equipamentos em
24 prestações.
"O lucro com a pirataria é
enorme. Alguns até quitam o
carnê antes do prazo fixado",
revela o delegado Ângelo Ribeiro de Almeida Júnior, titular da
DRCPIM.
Segundo levantamento da
DRCPIM, um CD virgem custa
R$ 0,80 e é vendido por R$ 5,
enquanto um DVD virgem é
comprado por R$ 1,50 e depois
vendido por R$ 10.
As investigações mostram
que a produção de DVDs, CDs e
jogos no Rio de Janeiro está difundida entre homens e mulheres de todas as idades, regiões
da cidade e classes sociais.
"A produção e o comércio de
cópias ilegais não são centralizados ou organizados. Qualquer pessoa, se quiser, pode se
transformar num "pirata". Basta contar com a tecnologia adequada. A única característica
que os une é a alegação de que
produzem pirataria porque estão desempregados", disse Almeida Júnior.
Produção espalhada
Os locais onde são produzidas as cópias ilegais também
são pulverizados. Existem pontos de produção de DVDs e CDs
ilegais espalhados por todo o
Estado, além de não haver, segundo a polícia, uma grande
quadrilha ou região que concentre as cópias ilegais.
Segundo Almeida Júnior, a
maior parte da produção é caseira. "Alguns chegam a alugar
imóveis apenas para esse fim."
A linha de produção na pirataria é formada normalmente
por três pessoas. O proprietário
do equipamento pode dividir o
trabalho com mais um, que seria um sócio, e "empregar" alguém para vender as cópias na
rua ou nos mercados populares
-os "camelódromos".
"A pirataria é um meio de
subsistência, e não alternativa
ao desemprego. A cultura de
que "o bom é levar vantagem
em tudo" é muito forte em nossa sociedade e precisa ser combatida", defende o delegado.
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