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REVISÃO DO ACORDO
Integrante da missão do Fundo confirma reunião com equipe de transição para a semana que vem
FMI vê números bons nas contas externas
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O FMI (Fundo Monetário Internacional) avalia que os números
do balanço de pagamentos (principal medida da vulnerabilidade
externa da economia) do Brasil
estão muito bons e que a redução
da dependência de capital estrangeiro é um êxito muito grande e
bastante importante para a revisão do acordo fechado com o país
em agosto passado.
"Os números do balanço de pagamentos estão muito bons, muito bons", disse Lorenzo Perez, que
integra a equipe técnica do Fundo. Perez, que já foi coordenador
de missões negociadoras no Brasil, deu a declaração após reuniões
no Banco Central.
Segundo ele, está havendo uma
forte correção no balanço de pagamentos -a necessidade de financiamento externo caiu consideravelmente nos últimos meses.
"Isso é muito importante, obviamente levaremos isso em consideração [para a revisão do acordo]. É um êxito muito importante", disse Perez, pouco antes de
entrar no Planalto, onde a equipe
se reuniu com o ministro-chefe da
Casa Civil, Pedro Parente.
À noite, após nova reunião no
Ministério da Fazenda, ele disse
que foram analisados cenários
econômicos. Segundo ele, a economia brasileira deverá crescer
entre 1% e 1,5% neste ano.
Estiveram nas reuniões no BC o
chefe da missão, Jorge Marquez-Ruarte, e outros técnicos do FMI.
As reuniões foram com técnicos
dos departamentos de Estudos e
Pesquisas (Depep) e Econômico
(Depec) do BC.
Questionado se já estavam previstas reuniões, na próxima semana, com representantes da equipe
de transição do governo eleito,
Perez respondeu que sim, sem no
entanto detalhar o dia do encontro já agendado.
Segundo o chefe do Depec, Altamir Lopes, foram apresentados
aos técnicos do Fundo os últimos
dados e projeções oficiais do balanço de pagamentos (saldo das
trocas comerciais e financeiras do
país com o mundo). No Depep, o
tema foi metas de inflação e o
comportamento dos preços. Perez disse que a inflação está muito
alta, mas que não há risco de descontrole neste ano.
Impulsionado pelo dólar, o saldo comercial subiu consideravelmente nos últimos meses, o que
tem reduzido a dependência brasileira de capital estrangeiro. No
final de 2001, a estimativa do governo era um superávit comercial
de US$ 5 bilhões e um déficit no
balanço de pagamentos de US$
20,6 bilhões para este ano.
Depois de várias revisões, o governo espera agora para 2002 um
superávit comercial de US$ 11 bilhões e um déficit no balanço de
pagamentos de mesmo montante. Para 2003, as projeções são ainda melhores. O governo espera
um superávit comercial de US$ 15
bilhões e um déficit no balanço de
pagamentos de US$ 9 bilhões.
Para o FMI, esse indicador é
muito importante porque, quanto menor a necessidade de financiamento externo, maior a capacidade de um país de honrar seus
compromissos.
Hoje cedo, eles viajam ao Rio
para se reunir com o presidente
do BC, Armínio Fraga.
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