DA SUCURSAL DO RIO

A Eletrobrás e a empresa americana El Paso assinaram ontem um novo contrato de fornecimento de energia elétrica para Manaus, valido até janeiro de 2005.
Pelo contrato, que pode ser renovado por mais um ano, a Eletrobrás pagará R$ 62,71 pelo megawatt/hora (MWh) produzido nas três usinas da empresa na região. No contrato anterior, a estatal pagava R$ 67 por MWh produzido pela El Paso.
O acordo prevê o parcelamento em cinco vezes da dívida de R$ 107 milhões da distribuidora Manaus Energia (controlada pela Eletrobrás) com a El Paso e o abatimento de R$ 21,7 milhões de multas devidas pela empresa americana à Manaus Energia. A primeira parcela da dívida vence no próximo dia 20.
A assinatura do novo contrato é resultado de uma longa negociação entre as empresas. Em janeiro, a Eletrobrás suspendeu os pagamentos por toda a energia gerada pela El Paso em Manaus por discordar do preço cobrado.
No mês passado, a El Paso ameaçou suspender o fornecimento de energia à capital amazonense em retaliação à insistência da estatal. O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, disse na época que a ameaça era absurda e que, se fosse necessário, ocuparia militarmente a usina caso a empresa a desligasse.
A El Paso defendia que o novo acordo tivesse duração de 20 anos, mas a estatal insistia que fosse por dois anos com tarifa de R$ 50. As empresas chegaram a um contrato de dois anos, com tarifa de R$ 62,71.
"Em nenhum momento, houve interrupção da cordialidade entre a El Paso e a Eletrobrás. Houve apenas um jogo duro de parte a parte, o que é natural. Isso está absolutamente superado", afirmou Pinguelli Rosa.
Para o presidente da El Paso, Eduardo Karrer, o contrato "consolida e ratifica" a parceria entre as empresas. "A negociação foi longa, durou mais tempo do que desejaríamos, mas ficou evidenciado o compromisso da El Paso com o grupo Eletrobrás."


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