São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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China prevê expansão de 9,5% em 2007

Investimentos e exportações devem desacelerar; no entanto, superávit comercial continuará em alta e poderá chegar a US$ 180 bi

Crescimento de 2006 deverá ser de 10,5%; estudo propõe que parte das reservas internacionais seja usada na compra de petróleo e metais

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A economia chinesa deverá crescer 9,5% em 2007, segundo estimativa de um centro de estudos ligado ao governo. Se confirmado, o índice representará uma ligeira desaceleração em relação a 2006, quando a expansão deverá atingir 10,5%.
A previsão é bastante superior à meta de crescimento médio anual de 7,5% adotada no Plano Qüinqüenal para o período 2006-2010, aprovado pelo Congresso Nacional do Povo em março.
Na China, a economia real tem superado com freqüência as estimativas oficiais. No início de 2005, o governo previu expansão de 8% do PIB, e o índice acabou sendo de 9,9%. No ano anterior, a meta foi de 7%, e o crescimento, de 10,1%.
A estimativa de expansão de 9,5% em 2007, mais próxima da realidade, é do Centro de Informação Estatal, órgão de pesquisa ligado à poderosa Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, responsável pelo planejamento chinês.
Segundo o estudo, o ritmo de expansão dos investimentos vai ser menor no próximo ano. Principal motor da expansão chinesa, os investimentos deverão ter alta de 20% e atingir US$ 1,68 trilhão em 2007. Nos primeiros nove meses de 2006, o índice cresceu 27,3%.
Apesar da desaceleração, os investimentos continuarão a representar mais de 50% do PIB, uma relação altíssima para os padrões internacionais. No Brasil, o indicador está em torno de 20% do PIB.
Outro pilar do crescimento, as exportações terão crescimento de 15%, prevê o estudo. O índice é 9,5 pontos percentuais inferior à previsão de expansão em 2006, quando as vendas externas deverão atingir US$ 960 bilhões e as importações, US$ 810 bilhões.
Mesmo com queda nas exportações, o superávit comercial deverá ter expansão, passando de algo em torno de US$ 150 bilhões neste ano para US$ 180 bilhões em 2007.
A OMC (Organização Mundial do Comércio) avalia que a China deverá assumir no próximo ano a segunda posição entre os maiores exportadores do mundo, acima dos Estados Unidos e atrás da Alemanha.
O crescente superávit comercial fortalece a pressão internacional para que a China valorize sua moeda, o yuan. Além disso, aumenta o enorme volume de reservas internacionais, que já ultrapassaram a marca de US$ 1 trilhão.
O Centro de Informação Estatal sugere no estudo que o governo utilize parte das reservas para comprar recursos estratégicos para o desenvolvimento do país, como petróleo e metais, quando os preços internacionais estiverem favoráveis.


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