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Com recuo nas exportações, Alemanha entra em recessão
Principal economia européia se contrai no 3º tri mais que o esperado por analistas
Países mais industrializados
do mundo entrarão em recessão no ano que vem, diz OCDE, que também prevê maior desemprego
DA REDAÇÃO
A Alemanha, a terceira maior
economia mundial e a maior da
Europa, entrou em recessão
pela primeira vez em cinco
anos, afetada pela queda nas
exportações, o seu principal
motor. O PIB (Produto Interno
Bruto) alemão se retraiu em
0,5% no terceiro trimestre ante
os três meses anteriores, após
se contrair em 0,4% de abril a
junho -configurando a definição técnica de recessão.
Apesar do aumento no consumo interno e nos gastos do
governo, o resultado foi prejudicado pela "alta considerável"
das importações e pelo declínio
das vendas para o exterior, o
que fez com que a balança comercial tivesse um impacto negativo no PIB. "Estes tempos
serão duros para a Alemanha",
afirmou o ministro das Finanças, Peer Steinbrück, que vem
repetindo que a recuperação da
economia mundial deverá levar
pelo menos dois anos.
A contração da economia alemã já era esperada, mas ela superou a estimativa de analistas,
que esperavam queda de 0,2%.
E, agora, a expectativa é a de
que os resultados de outubro a
dezembro sejam ainda piores,
já que o recrudescimento da
crise mundial começou na segunda metade de setembro.
Os dados do terceiro trimestre da Alemanha mostram mais
uma vez que os efeitos da atual
crise não estão restritos aos
países que tiveram uma grande
expansão no mercado imobiliário ou em que os consumidores
estão largamente endividados.
Com o desaquecimento da economia global (e, conseqüentemente, com as compras menores dos consumidores), a Alemanha teve prejudicado o seu
setor exportador.]
Principal exportador mundial, a Alemanha era, pelo menos até o mês passado, o quarto
país que mais comercializava
para o Brasil e o quinto principal destino das vendas brasileira. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, os alemães têm saldo positivo de US$
2,88 bilhões com o Brasil.
A lista dos países que estão
em recessão deve ser ampliada
hoje com a divulgação dos dados de França e Itália, que também se retraíram no segundo
trimestre. EUA, Japão e Reino
Unido (respectivamente, a primeira, a segunda e a quinta
maiores economias globais) se
contraíram recentemente.
Outro sinal da crise é que as
demissões estão se acelerando.
No Reino Unido, onde a taxa de
desemprego chegou ao seu
maior nível em oito anos, a British Telecom anunciou que demitirá mais de 6.000 funcionários, medida que também afetará outros países -4.000 já
haviam perdido seus empregos.
E a OCDE (Organização para
a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) disse que a
retração econômica e o desemprego vão crescer entre os países mais industrializados. Ela
prevê que os seus países-membros se contrairão em 0,3% em
2009, com quedas de 0,9% nos
EUA, de 0,5% na zona do euro e
de 0,1% no Japão.
Já o desemprego nos mais industrializados vai saltar de
5,9% neste ano para 6,9% em
2009, e vai chegar a 7,2% em
2010. Nos EUA, a taxa vai chegar a 7,3% no ano que vem, 1,3
ponto percentual menor que a
da zona do euro.
Com agências internacionais
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