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Meirelles alerta sobre riscos do crédito
Presidente do BC afirma que instituições financeiras precisam estar atentas à ampliação da concessão de empréstimos
Últimos dados do BC, de setembro, revelam que o
volume de crédito cresceu
pelo sétimo mês e chegou
ao recorde de R$ 1,347 tri
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou ontem a necessidade de
que as instituições financeiras
estejam atentas à ampliação na
concessão de crédito no país
"de maneira que possamos,
agora, continuar a construir
um sistema sólido dentro dessa
trajetória de expansão do momento".
"O problema sempre aparece, é criado na expansão, mas se
revela na retração", afirmou
Meirelles durante palestra em
seminário promovido pela Febraban (Federação Brasileira
de Bancos). O presidente do BC
disse ainda que "é muito fácil
sermos complacentes em momentos em que a expansão começa a ficar acelerada".
Apesar de ressaltar que o
Brasil foi um dos países menos
afetados pela crise mundial,
Meirelles destacou que é importante aprender "não só com
o fracasso mas com o sucesso
também, reforçando aquilo que
deu certo".
Fabio Barbosa, presidente da
Febraban, disse, na abertura do
evento, que "o pior já passou,
mas temos um longo caminho
de volta rumo à retomada do
ritmo de crescimento das operações de crédito e do nosso sistema financeiro".
A dificuldade no acesso ao
crédito foi um dos impactos
mais sentidos pelo Brasil no
agravamento da crise, registrado, principalmente, a partir de
setembro do ano passado.
O governo tomou uma série
de medidas para irrigar o financiamento nos piores momentos da turbulência e chegou a
injetar recursos dos bancos públicos em instituições menores, que precisavam do socorro
para manter suas carteiras.
Valor recorde
Ainda com as dificuldades do
crédito e a desconfiança do
consumidor derrubando as
vendas, o governo decidiu desonerar alguns itens, com redução da alíquota de IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) para veículos, material de
construção e eletrodomésticos
da linha branca no intuito de
incentivar o consumo.
Os últimos números divulgados pelo Banco Central, referentes a setembro, apontam
que o volume de operações de
crédito cresceu pelo sétimo
mês seguido. O montante total
de dinheiro emprestado chegou ao valor recorde de R$
1,347 trilhão, com alta de 16,9%
nos últimos 12 meses. A comparação em relação ao PIB
(Produto Interno Bruto) também foi recorde, com 45,7%.
Já a inadimplência no pagamento dos empréstimos, com
atraso superior a 90 dias, caiu
para 5,8% em setembro, ante
5,9% em agosto -a primeira
queda desde setembro do ano
passado, no início da crise.
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