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FOGO AMIGO
Palocci elogia ministro e nega que colega vá sair do governo; Skaf afirma que não está pessimista nem desanimado
Governo e Fiesp minimizam crítica de Furlan
FABIANA FUTEMA
CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE
Governo e empresários minimizaram as críticas feitas anteontem, em Hong Kong, pelo ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). O ministro disse que
há uma "sensação geral de desânimo no país". Segundo Furlan,
essa situação está afetando as iniciativas dos empresários.
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, afirmou que não
entendeu como críticas as declarações de Furlan. "Ele mostrou
preocupações, que são justas",
disse Palocci, ontem, em São Paulo após reunião com representantes da indústria automobilística.
"Fiquei preocupado porque ele
se manifestou um pouco desanimado. Vou ligar para ele e falar
para não perder o ânimo, pois o
ministro Furlan é um grande incentivador dos projetos feitos
neste ano. O resultado das contas
externas é muito em função do
trabalho pessoal e da equipe do
ministro", acrescentou.
Palocci também negou que Furlan tenha manifestado disposição
de sair do governo. "De forma alguma, o Furlan é um grande ministro, jamais manifestou indisposição em relação a continuar
seu trabalho", afirmou.
Já o presidente do BNDES, Guido Mantega, atribuiu o "cansaço"
de Furlan à persistente valorização do real. "Talvez o ministro
Furlan estivesse um pouco decepcionado com o câmbio, que para
ele é o motor do superávit comercial. Mas à medida que os juros
caírem, vamos ter melhorias no
câmbio", afirmou, após participar
de seminário em São Paulo.
Segundo Mantega, o "governo
tem um rumo muito claro" sobre
as políticas que está implantando
no país. "O governo tem um projeto de desenvolvimento que começou a ser implantado a partir
do primeiro ano e está obtendo
resultados muito bons. Esses projetos são combinados com uma
política social e de crescimento."
Para Mantega, o crescimento da
economia brasileira é um indicativo do resultado positivo dessas
políticas do governo Lula.
Segundo ele, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrará
no próximo ano um crescimento
de 4,5% a 5%. "Teremos um crescimento médio do PIB superior
ao do governo anterior e o melhor
dos últimos 12 anos", afirmou.
Um levantamento feito por
Mantega, mostrou que de 1990 a
2002 a taxa média de crescimento
anual foi de 1,9%. Ele destacou,
ainda, o crescimento da indústria
nos últimos dois anos.
Indústria
Já o presidente da Fiesp, Paulo
Skaf, disse, em almoço em São
Paulo, que não está "pessimista"
nem "desanimado" em relação à
condução da política econômica
no próximo ano. "Respeito a opinião do ministro Furlan, mas não
se pode dizer que [o país] esteja
desanimado. Há necessidade de
reparos e ajustes na política econômica", afirmou Skaf.
A Fiesp estima que a economia
cresça entre 2,5% e 3,5% em 2006,
caso seja mantida a atual política
macroeconômica. Com uma mudança de cenário -maior redução da Selic e um real menos apreciado- a expansão seria de 4,5%.
Para o diretor do Departamento
de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto
Giannetti da Fonseca, Furlan "está revelando o verdadeiro sentimento do empresário". "Ele está
frustrado como nós."
Colaborou a Reportagem Local
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