São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PIB

Com ajuste, Fiesp projeta crescimento de 4,5% em 2007

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A economia brasileira pode crescer 4,5% em 2007. Ainda dá tempo de tomar medidas que garantam expansão econômica menos anêmica do que a dos últimos anos, pelo menos na avaliação dos industriais paulistas que ontem, na Fiesp, apresentaram as suas projeções para a economia no próximo ano.
"Criou-se esse mito de que o Brasil não pode crescer, mas é apenas um mito", diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp. De acordo com as projeções feitas pela entidade, com uma redução das despesas do governo central, redução dos juros e alguma desvalorização cambial, a economia brasileira pode crescer, já no ano que vem, a uma taxa superior a 4%.
Ajuste fiscal e redução da taxa de juros (para cerca de 9% ao ano em 2007, hoje está em 13,25%) levariam à redução do câmbio e dariam alento à indústria, estima Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp. As medidas, diz ele, teriam efeitos já em 2007, pela via das expectativas de empresários e investidores: as reformas levariam a aumento do investimento e, portanto, do crescimento.
Por trás do otimismo da Fiesp e do pessimismo do mercado financeiro, que em geral projeta crescimento muito próximo de 3% estão duas visões distintas da economia brasileira. Para a ortodoxia econômica, a economia brasileira está operando muito próximo de sua capacidade e crescer mais que ela geraria inflação.
Os industriais respondem argumentando que o setor industrial tem grande flexibilidade para aumentar a produção sem esbarrar em gargalos e que crescer mais de 4% é factível. O setor não cresce, diz Francini, por sofrer com juros e impostos altos e câmbio fora do lugar.
Skaf criticou duramente o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que costuma dizer, em suas palestras, que agora que o Brasil atingiu a estabilidade, já se pode pensar em crescimento. "Ele diz que podemos começar a discutir o crescimento? Agora? O crescimento é meta, tem que ser perseguido", diz o representante da indústria de São Paulo.


Texto Anterior: CPMF pode virar "permanente", mas com alíquota decrescente
Próximo Texto: Projeção: Brasil cresce menos que países emergentes até 2008, diz Bird
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.