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PIB
Com ajuste, Fiesp projeta crescimento de 4,5% em 2007
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira pode crescer 4,5% em 2007.
Ainda dá tempo de tomar
medidas que garantam expansão econômica menos
anêmica do que a dos últimos anos, pelo menos na
avaliação dos industriais
paulistas que ontem, na
Fiesp, apresentaram as suas
projeções para a economia
no próximo ano.
"Criou-se esse mito de que
o Brasil não pode crescer,
mas é apenas um mito", diz
Paulo Skaf, presidente da
Fiesp. De acordo com as projeções feitas pela entidade,
com uma redução das despesas do governo central, redução dos juros e alguma desvalorização cambial, a economia brasileira pode crescer, já no ano que vem, a uma
taxa superior a 4%.
Ajuste fiscal e redução da
taxa de juros (para cerca de
9% ao ano em 2007, hoje está
em 13,25%) levariam à redução do câmbio e dariam alento à indústria, estima Paulo
Francini, diretor do Departamento de Economia da
Fiesp. As medidas, diz ele, teriam efeitos já em 2007, pela
via das expectativas de empresários e investidores: as
reformas levariam a aumento do investimento e, portanto, do crescimento.
Por trás do otimismo da
Fiesp e do pessimismo do
mercado financeiro, que em
geral projeta crescimento
muito próximo de 3% estão
duas visões distintas da economia brasileira. Para a ortodoxia econômica, a economia brasileira está operando
muito próximo de sua capacidade e crescer mais que ela
geraria inflação.
Os industriais respondem
argumentando que o setor
industrial tem grande flexibilidade para aumentar a
produção sem esbarrar em
gargalos e que crescer mais
de 4% é factível. O setor não
cresce, diz Francini, por sofrer com juros e impostos altos e câmbio fora do lugar.
Skaf criticou duramente o
presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que
costuma dizer, em suas palestras, que agora que o Brasil atingiu a estabilidade, já se
pode pensar em crescimento. "Ele diz que podemos começar a discutir o crescimento? Agora? O crescimento é meta, tem que ser perseguido", diz o representante
da indústria de São Paulo.
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