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Petróleo infla PIB per capita de sete cidades
Dados do IBGE revelam que indústria petrolífera faz com que cidade da Bahia tenha renda 32,4 vezes a média do país
Comparando com o IDH, renda per capita alta não é garantia de qualidade dos indicadores sociais das cidades; exceção é Paulínia
DA SUCURSAL DO RIO
Das dez cidades com os
maiores PIBs per capita do
país, sete têm suas economias
sob influência direta da indústria do petróleo. Lidera o ranking a pequena São Francisco
do Conde, na Bahia, onde está
instalada a segunda mais importante refinaria do país. A
renda lá é de R$ 315 mil por habitante -32,4 vezes a média
brasileira, de R$ 9.729.
Com apenas 29.383 habitantes, a cidade baiana se mantém
desde 1999 na primeira posição
do PIB per capita.
Diante de um olhar desatento, poderia se imaginar que a
sua população convivesse com
indicadores socioeconômicos
semelhantes aos dos europeus.
Mas não é o que acontece. A cidade estava, em 2000, na
2.743ª posição no ranking brasileiro do IDH, indicador da
ONU que se baseia em renda,
mortalidade infantil, educação,
expectativa de vida e outros indicadores socioeconômicos.
Sede do segundo maior pólo
petroquímico do país, a pequena Triunfo (RS) tinha renda per
capita de R$ 265 mil por habitante -a população era de
24.343 pessoas em 2004. No
IDH dos municípios brasileiros, sua posição era a 869ª em
2000 (último dado disponível).
Maior extração de óleo na bacia de Campos não trouxe apenas o aumento da arrecadação
dos royalties às cidades do norte fluminense: Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras e Macaé
estão no rol dos dez maiores
PIBs per capita do país.
Com apenas 15.319 moradores, a litorânea Quissamã desfruta de renda per capita de R$
231 mil por habitante, o que a
coloca na terceira posição. Carapebus estava na sexta colocação, com renda de R$ 167 mil.
Mesmo mais populosa, Macaé
(152 mil habitantes) figurava
na décima posição -a renda
per capita da cidade era de R$
121 mil em 2004.
"A maioria das cidades tem
suas economias baseadas no
petróleo e, como possuem uma
população relativamente pequena, seus PIBs per capita ficam bastante inflados", avalia
Sheila Zani, gerente da pesquisa do PIB municipal.
Todas essas cidades foram
beneficiadas tanto pelo incremento da produção de petróleo
como pela elevação dos preços
do produto nos últimos anos.
De 1999 a 2004, a extração de
óleo na bacia de Campos cresceu 40%.
A conjuntura favorável também ajudou a arrecadação municipal, ampliada com o recebimentos dos royalties pela exploração de óleo.
Nem assim, porém, os "emirados fluminenses" conseguiram boas posições no IDH. Macaé figurava na 806ª posição.
Quissamã obteve apenas a
2.744ª colocação. Carapebus tinha a 2.142ª posição. Rio das
Ostras aparecia no 1.188º lugar.
Uma exceção, porém, era a
cidade paulista de Paulínia, onde está localizada a maior refinaria do país e cujo processamento de óleo bruto cresceu
23%. O município obteve o 42º
melhor IDH do Brasil.
No outro extremo das cidades com menores PIBs per capita, encontrava-se a cidade de
Apicum-Açu (Maranhão), cuja
renda era de apenas R$ 763,36.
Dos 100 municípios com
PIBs per capita mais baixos, 57
estavam localizados no Maranhão. No Ceará, estavam 25.
Em Alagoas, dez. Outros quatro
eram do Pará. A Bahia tinha
dois. Em Tocantins e no Piauí,
figurava uma cidade em cada
Estado.
(PEDRO SOARES)
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