São Paulo, segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

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Rendimento menor esfria boom dos CDBs

Com arrefecimento da crise, aplicação financeira deixa de oferecer taxa elevada e cresce a ritmo menos intenso que o de 2008

Rentabilidade do CDB caiu de 1,01% em janeiro para 0,63% em novembro; alta, que superou 100% em 2008, recua para perto de 20%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a arrancada de 2008, os CDBs perderam o ímpeto neste ano. A queda das taxas e o menor interesse dos bancos em utilizar esse instrumento para captar recursos fizeram com que o crescimento do estoque de CDBs diminuísse consideravelmente seu ritmo. Com o retorno das condições normais de mercado, analistas avaliam que o boom dessa aplicação já faz parte do passado.
Neste ano, o estoque dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) cresceu, até novembro, pouco mais de 20%, indo a R$ 829,8 bilhões. Em 2008, o crescimento acumulado alcançou 106,5%, movido pela entrada de R$ 351,5 bilhões. Em volume financeiro, a expansão do estoque em 2009 é de R$ 148,3 bilhões.
O recuo da taxa básica de juros Selic -referência para as outras taxas praticadas no mercado financeiro- pesou sobre o retorno dos CDBs, cuja rentabilidade média mensal era de 1,01% em janeiro e desceu para 0,63% em novembro. Isso explica, em parte, o menor interesse pelo produto.
"O CDB é um produto interessante, transparente e fácil de o investidor entender. Mas os bancos não estão mais interessados em ofertar esse produto como ocorreu no ano passado", afirma Mauro Halfeld, consultor e professor da Universidade Federal do Paraná.
"Para os investidores pequenos, que recebem ofertas de taxas menores, o CDB chega, em alguns casos, a render menos do que a poupança ou do que um fundo DI", diz Halfeld.
Os CDBs são títulos que os bancos emitem e oferecem aos clientes. Se desejam atrair mais investidores, elevam as taxas oferecidas. Na crise, com os bancos em dificuldade para conseguir dinheiro no mercado de capitais, a opção foi ofertar taxas mais altas nos CDBs. E o resultado foi o boom dessa aplicação no ano passado.
"Os bancos estão mais interessados que seus clientes apliquem em fundos do que em CDBs neste momento."
Como cada banco oferece seu CDB, as taxas variam de uma instituição para outra. Normalmente, os bancos de menor porte são os que pagam as taxas mais altas. Mas o candidato a investidor deve sempre avaliar os riscos envolvidos na aplicação. Instituições maiores tendem a ser muito mais sólidas que bancos pequenos, o que significa que é menos arriscado aplicar em seus CDBs.
As taxas que os clientes conseguem também oscilam de acordo com o montante que têm para aplicar: quem detém mais recursos abocanha rentabilidade mais polpuda.
No acumulado do ano, enquanto a rentabilidade média do CDB está em 9,57%, os grandes investidores, com aplicações acima de R$ 300 mil, conseguiram retorno de 10,37%.


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