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Governo investe em enriquecimento de urânio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Orçamento da União para
2010, lei que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva sanciona
na próxima semana, autoriza
gastos de R$ 40 milhões para o
início da construção de uma fábrica de ultracentrífugas pela
Marinha, destinada a ampliar o
enriquecimento de urânio no
país.
"Com isso, garantimos que
vamos chegar a 2014 com o domínio do ciclo de enriquecimento de urânio em escala industrial", avalia o ministro Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia.
As ultracentrífugas são máquinas de enriquecimento do
urânio, usado como combustível nas usinas nucleares. Atualmente, o Brasil já enriquece o
equivalente a 5% do urânio
usado em Angra. A tecnologia é
um segredo industrial da Marinha, e a fábrica de ultracentrífugas será construída no centro
experimental de Aramar, em
São Paulo.
"A ideia é sermos autossuficentes a partir de 2014; depois,
a capacidade das centrífugas
será superior ao consumo das
usinas e poderemos produzir
excedentes [de urânio enriquecido] para vender", disse o presidente das Indústrias Nucleares do Brasil, Alfredo Tranjan
Filho. "A produção ainda é pequena, precisa aumentar muito", completou.
O custo da nova fábrica de ultracentrífugas é estimado em
R$ 75 milhões.
As Indústrias Nucleares do
Brasil e a Marinha também negociam a participação estrangeira para projeto de ampliação
da produção de gás hexafluoreto, etapa intermediária entre a
conversão do concentrado de
urânio e o enriquecimento, disse Tranjan Filho.
Recentemente, o ministro
Samuel Pinheiro Guimarães
(Assuntos Estratégicos) defendeu a exportação de urânio
enriquecido pelo país. Guimarães vai assumir a coordenação
do comitê de ministros responsável pelo desenvolvimento do
programa nuclear.
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