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Troca no BC sugere política de juros mais conservadora
Maria Celina Berardinelli vai deixar a diretoria de Assuntos Internacionais; Carlos Araújo assumirá
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois da atabalhoada saída
do diretor de Política Monetária, Mario Torós, há dois meses,
o presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, anunciou
ontem nova troca na cúpula da
instituição.
Desta vez, quem deixará o
cargo é a diretora de Assuntos
Internacionais, Maria Celina
Berardinelli, abrindo uma vaga
no comitê responsável pela fixação da taxa de juros no país
(Copom). O posto será ocupado
por Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, atual chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas.
Apesar de a saída de Maria
Celina não causar nenhum ruído no mercado financeiro, seu
sucessor sinaliza uma tendência mais conservadora no Copom neste ano, marcado pela
eleição presidencial e por grande expectativa de alta dos juros
a partir do segundo semestre.
Ela integrava o que se chama
de "grupo neutro", formado por
diretores que não estão ligados
diretamente às áreas de política e pesquisa econômica e costumam seguir a maioria nas votações sobre juros.
Esse grupo tinha quatro diretores (Administração, Fiscalização, Liquidações e Assuntos
Internacionais) dos sete que
integram o Copom -fora o presidente do BC. Com a entrada
de Araújo, ganha força a ala
mais ortodoxa ligada ao diretor
de Política Econômica, Mário
Mesquita, a quem ele é atualmente subordinado. O novo diretor está no BC desde 1992 e
assumiu a chefia do Departamento de Estudos e Pesquisas
Econômicas em 2006. Antes,
trabalhou no Tesouro.
Sabatina
Maria Celina deixará o cargo
na próxima semana. Assim, não
participará da primeira reunião do Copom do ano, marcada para os dias 26 e 27 deste
mês. Mas seu sucessor precisará aguardar a retomada dos trabalhos no Congresso, prevista
para o início de fevereiro.
Isso porque ele precisa ser
sabatinado e ter o nome aprovado na Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado. Até lá,
o diretor de Política Monetária,
Aldo Luiz Mendes, acumulará
as duas diretorias. Ele assumiu
a diretoria de Política Monetária com a saída de Torós.
No comando da área externa
do BC desde janeiro de 2008,
Maria Celina retomará suas
atividades no Programa da
ONU para o Desenvolvimento
(Pnud), onde trabalhou de 1999
a 2007 gerenciando projetos e
coordenando várias áreas.
Colaborou EDUARDO CUCOLO, da Sucursal de Brasília
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