São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Juro mais baixo não faz banco lucrar menos

Apesar da queda dos juros, que já dura quase um ano e meio, os bancos brasileiros continuam ganhando muito dinheiro. Eles estão cada vez menos dependentes de operações de tesourarias para conseguir engordar seus lucros.
Se o Bradesco e o Itaú não tivessem amortizado integralmente as aquisições que fizeram no ano passado -os dois tinham um prazo de dez anos para lançar as operações-, o lucro dos 15 bancos cujos balanços já foram divulgados teria crescido cerca de 10% no ano passado. O resultado contábil dos 15 bancos, no entanto, ficou negativo em 8,2%.
Apesar de terem feito essas amortizações de uma vez, o Bradesco e o Itaú foram os bancos que exibiram os maiores lucros. O primeiro registrou R$ 5,5 bilhões, 8,3% menos que 2005. Se não tivesse amortização, o lucro teria sido de R$ 6,3 bilhões, uma alta de 15,4% em relação ao ano anterior.
O lucro do Itaú, o segundo maior, foi de R$ 5 bilhões, 17,9% menor do que em 2005. Sem a amortização, o resultado teria sido de R$ 6,2 bilhões, 18% a mais do que no ano anterior.
Segundo Erivelto Rodrigues, presidente da empresa de consultoria Austin Rating, responsável por essas contas, os números do balanço dos bancos de 2006 chamam a atenção pelo fato de eles terem conseguido crescer sem ter os mesmos ganhos de tesouraria, como no passado. "Os bancos estão atuando cada vez mais como bancos no Brasil", diz.
Beneficiando-se dos altos "spreads" no país, os maiores do mundo, os bancos estão expandindo cada vez mais suas carteiras de crédito e aumentando também os ganhos com a receita de serviços. O crédito das 15 instituições bancárias cresceu, em 2006, 25,91%. A receita de serviços, 17,9%.
Hoje, serviços já representam 20% do total da receita operacional das instituições, quando em 1994, antes da estabilização, respondiam por apenas 3,5%. "Os bancos já ganham mais com a cobrança de serviço do que ganhavam com o "floating" no período da inflação", diz Rodrigues.

SAÚDE AMPLIADA
A Medial Saúde avança, nesta semana, na expansão de sua rede própria, com quatro inaugurações na agenda. São novos centros médicos em São Paulo, com características distintas, em diferentes regiões da cidade, com investimentos de R$ 3 milhões. Essa é apenas uma parcela do que será gasto em 2007 -a empresa tem como meta investir R$ 200 milhões por ano na ampliação da rede. "Essas inaugurações são resultado de trabalho iniciado ainda em 2006. Neste ano, devemos ampliar hospitais e centros de diagnósticos", diz Jarbas Salto, diretor de expansão da Medial. Com as inaugurações, a empresa fica com 16 centros, três hospitais e um pronto-socorro em São Paulo e um hospital no Distrito Federal. A idéia é que a expansão também aconteça em Brasília, no Rio e na Bahia.

TAM lança operação para o Carnaval

Marco Antonio Bologna, presidente da TAM, anuncia hoje uma série de medidas para o período do Carnaval, de 15 a 26. A principal delas é a criação de um "hotsite" (www.taminforma.com.br) com todas as informações sobre os vôos da companhia e também dos aeroportos.
O objetivo é que o passageiro tenha informação sobre os vôos antes de sair de casa. No site, a TAM irá informar se um aeroporto está ou não fechado, e o motivo.
Também será criada uma central telefônica para informações e orientações (4002-5700) e o programa "Fale com o Presidente" funcionará on-line 24 horas.
"Nosso esforço é para que a informação seja compartilhada imediatamente com os usuários dos nossos serviços", diz Bologna.

RIQUEZA LATINA 1
O Morgan Stanley, o segundo maior banco de investimento dos Estados Unidos, contratou cinco pessoas do Lehman Brothers Holdings para seu escritório latino-americano de gerenciamento de grandes fortunas privadas, localizado em Miami, nos Estados Unidos. Essa é a terceira equipe contratada para a divisão neste ano.

RIQUEZA LATINA 2
O Morgan Stanley está se expandindo na América Latina. Em janeiro, contratou 14 funcionários que trabalhavam para o Lehman e o Goldman Sachs e que passaram a atuar em seu escritório latino-americano de gerenciamento de grandes fortunas privadas. Dos 33 bilionários latino-americanos, 16 estão no Brasil.

AVALANCHE
O advogado Ricardo Tosto, que acaba de ser nomeado presidente da Comissão de Modernização do Sistema Judicial da OAB-SP, vai propor a racionalização das ações promovidas pelo poder público para desafogar os trabalhos da Justiça estadual. Dos 16 milhões dos feitos em andamento na primeira instância, 8,5 milhões são execuções fiscais patrocinadas pelo Estado. Tosto quer examinar com os desembargadores a idéia de conter a avalanche de execuções que o Executivo dispara automaticamente sem exame prévio de validade.

REVESTIMENTO
A MatosGrey acaba de assumir a conta da Portobello. A empresa será atendida por todos os segmentos de serviços da agência.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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