da Reportagem Local

O volume negociado na Bovespa ontem foi 35,76% maior do que o total de quinta-feira. O aumento na quantidade de transações foi puxado pela instabilidade do mercado norte-americano.
Quando a Bolsa registra fortes oscilações -como ocorreu ontem-, os investidores "giram" mais as suas carteiras, ou seja, realizam mais operações de "day trade" (compra e venda de uma ação no mesmo dia) para evitar a desvalorização de seus portfólios.
Na semana, nenhuma ação do Ibovespa teve alta. Nesse período, o índice acumulou uma desvalorização de 15,53%.
Mesmo com essa forte queda, o momento ainda não é bom para quem pretende entrar na Bolsa.
Na opinião de Roberto Dotta, da Tudor Asset Management, o baixo preço das ações não deve ser entendido como um sinal de que a hora é boa para quem quer comprar ações. "É preciso esperar a situação acalmar", afirma.
Ele diz que é melhor esperar que a Bolsa apresente um sinal de recuperação, mesmo que isso signifique uma pequena perda para o investidor.
Para segunda-feira está previsto o exercício de opções na Bovespa, o que costuma aumentar a volatilidade.
Porém, devido às fortes oscilações dos últimos dias, muitas dessas opções "viraram pó", pois projetavam cotações muito maiores do que as atuais. Isso pode acabar "esvaziando" um pouco o pregão de depois de amanhã.
O mercado de juros foi o menos atingido pelo pânico que tomou conta das Bolsas norte- americanas.
O DI de setembro (contratos que vencem em outubro, os mais negociados da BM&F) foi projetado em 19,56% ao ano, contra 19,74% do ajuste de quinta-feira.
Em uma economia que adota a política de câmbio flutuante, a variação do dólar acaba fazendo com que os juros operem de uma maneira mais estável.
Até janeiro do ano passado, quando esse regime passou a ser adotado no Brasil, os juros sofriam fortes altas em momentos de nervosismo.
Isso ocorria para impedir um grande fluxo de dólares para fora do país. (NEY HAYASHI DA CRUZ)


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