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POLÊMICA
Fórum debate instituição de "selo de qualidade"
Santa Catarina discute a criação de barreira contra transgênicos
ALESSANDRA MILANEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Santa Catarina tenta ir na contramão de seu vizinho, o Rio
Grande do Sul, e quer criar uma
barreira contra transgênicos. A
idéia é evitar que ocorra no Estado a mesma coisa que nas terras
gaúchas, onde se diz que até 80%
da soja desta safra é transgênica.
Santa Catarina já possui uma lei
estadual, promulgada em janeiro
do ano passado, que proíbe por
cinco anos o plantio e a comercialização de organismos geneticamente modificados. Agora um fórum discute a possibilidade de
criar um rastreamento da soja.
Com isso, seria emitido um certificado de que a área é livre de
transgênicos.
A proposta foi debatida na semana passada, em um encontro
que reuniu agrônomos ligados à
Cidasc (Companhia Integrada
para o Desenvolvimento Agrícola
de Santa Catarina), representantes do Ministério Público do Consumidor e do Ministério do Meio
Ambiente, além de lideranças políticas.
Segundo Aldair Kozuchovski,
diretor de planejamento da Cidasc, o Estado de Santa Catarina
busca fazer com a soja transgênica o que foi feito com a febre aftosa, que tem uma espécie de selo de
qualidade que garante que o Estado é área livre da doença.
Ele explica que, caso a proposta
seja aprovada, terá vigência sobre
a soja que permanecer no Estado.
Isso quer dizer que um caminhão
que venha, por exemplo, do Rio
Grande do Sul, com uma carga de
soja transgênica com destino a
São Paulo, poderá passar por Santa Catarina sem ser barrado. Para
isso, porém, receberá um lacre.
No ano passado, diz Kozuchovski, foram encontradas plantações de soja geneticamente modificada em 18 propriedades de
Santa Catarina. É pouco, afirma.
Segundo ele, há cerca de 20 mil
propriedades no Estado com
plantio de soja. "Incineramos os
340 ha onde foram encontradas
plantações da soja ilegal."
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