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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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POLÊMICA

Fórum debate instituição de "selo de qualidade"

Santa Catarina discute a criação de barreira contra transgênicos

ALESSANDRA MILANEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Santa Catarina tenta ir na contramão de seu vizinho, o Rio Grande do Sul, e quer criar uma barreira contra transgênicos. A idéia é evitar que ocorra no Estado a mesma coisa que nas terras gaúchas, onde se diz que até 80% da soja desta safra é transgênica.
Santa Catarina já possui uma lei estadual, promulgada em janeiro do ano passado, que proíbe por cinco anos o plantio e a comercialização de organismos geneticamente modificados. Agora um fórum discute a possibilidade de criar um rastreamento da soja. Com isso, seria emitido um certificado de que a área é livre de transgênicos.
A proposta foi debatida na semana passada, em um encontro que reuniu agrônomos ligados à Cidasc (Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), representantes do Ministério Público do Consumidor e do Ministério do Meio Ambiente, além de lideranças políticas.
Segundo Aldair Kozuchovski, diretor de planejamento da Cidasc, o Estado de Santa Catarina busca fazer com a soja transgênica o que foi feito com a febre aftosa, que tem uma espécie de selo de qualidade que garante que o Estado é área livre da doença.
Ele explica que, caso a proposta seja aprovada, terá vigência sobre a soja que permanecer no Estado. Isso quer dizer que um caminhão que venha, por exemplo, do Rio Grande do Sul, com uma carga de soja transgênica com destino a São Paulo, poderá passar por Santa Catarina sem ser barrado. Para isso, porém, receberá um lacre.
No ano passado, diz Kozuchovski, foram encontradas plantações de soja geneticamente modificada em 18 propriedades de Santa Catarina. É pouco, afirma. Segundo ele, há cerca de 20 mil propriedades no Estado com plantio de soja. "Incineramos os 340 ha onde foram encontradas plantações da soja ilegal."


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