São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Philips cogita hipótese de sair da Zona Franca de Manaus

Há apenas duas semanas no cargo, o novo presidente da Philips, Paulo Zottolo, já se depara com um grande problema pela frente. A matriz da multinacional, que fica na Holanda, não se conforma com o fato de uma das empresas instaladas na Zona Franca de Manaus ter um benefício fiscal maior do que as demais.
O que mais incomoda a sede na Holanda é que a Philips, por não contar com esse benefício, vem perdendo competitividade e, por conseqüência, uma fatia importante do mercado eletroeletrônico, principalmente na área de TV.
Segundo a Folha apurou, o problema é tão grave que a Philips já até cogita a possibilidade de transferir sua fábrica da Zona Franca para outra região. A Philips foi a primeira do setor a se instalar na Zona Franca, há 30 anos.
O problema não atinge apenas a Philips. Outras empresas, como Samsung, Toshiba e Gradiente, também se sentem prejudicadas e já levaram o problema ao governador do Amazonas, Eduardo Braga. Até agora, no entanto, as tentativas de mudança da situação não foram bem-sucedidas. O que elas querem é que o benefício seja estendido a todas. Procuradas pela Folha, as empresas, inclusive a Philips, preferiram não falar nada sobre essa questão.
Nos últimos dias, no entanto, tem circulado a informação no mercado de que essa insatisfação das empresas atingiu o limite, e uma das mais inconformadas é a Philips. Amanhã, está prevista na agenda do governador Eduardo Braga uma reunião com Zottolo. O tema deverá certamente ser colocado na mesa.
O problema não é novo. Cerca de quatro anos atrás, Braga fez uma alteração na lei de incentivo fiscal que obrigava as empresas a um pagamento maior do ICMS caso realizassem um novo projeto de investimento.
A grande maioria das empresas aderiu à nova lei e, desde então, vem pagando mais impostos. Uma das empresas, porém, não aderiu e, por isso, está obtendo vantagens fiscais enormes em relação aos seus concorrentes. Os ganhos chegam a US$ 100 milhões por ano. Num setor competitivo como esse, no qual as margens são muito pequenas, qualquer benefício, por menor que seja, pode representar uma vantagem competitiva muito grande.

FIM DA FILA
A Receita está investindo para diminuir as filas de quem foi pego pela malha fina. Ainda neste ano, entrará em vigor um aplicativo que permitirá aos contribuintes chamados a explicar sua declaração enviar os documentos necessários pela internet. "Nossa intenção é facilitar a vida de todo mundo", afirmou o coordenador de tecnologia da informação da Receita Federal, Donizetti Victor Rodrigues. E as tentativas de fraudes? "Não darão certo. Todas as informações serão cruzadas", garante.

PELA MANHÃ

A chef Danielle Dahoui, do À Coté Bar Bistro, em São Paulo, vai aumentar o trabalho na sua cozinha. A casa, que foi inaugurada no ano passado, a partir deste mês passará a servir almoço de terça a sexta para atender ao público da região da avenida Paulista, de onde é vizinha. "Estou muito perto e há muita demanda de executivos nesse horário", afirma Daouhi. A partir de maio, durante os fins de semana, as atividades do restaurante também serão ampliadas com um "brunch" aos sábados acompanhado de acid jazz e, aos domingos, com bossa nova. Dona de outro restaurante, também paulista, o Ruella Bistrot, Dahoui inspira sua cozinha no sul da França e procura decorar os restaurantes "como uma extensão de casa". A chef, que deu seus primeiros passos na cozinha brincando de receita quando era criança, afirma que "os detalhes têm história e dão personalidade ao lugar".

NEGÓCIOS
A diretoria da Abdib se reúne amanhã com Miguel Jorge (Desenvolvimento) em SP. Paulo Godoy, presidente da entidade, vai guiar o debate sobre projetos e propostas que tramitam dentro do governo e que interferem diretamente na qualidade do ambiente para negócios e investimentos. Na pauta, a reforma tributária, com simplificação da legislação e redução da carga de impostos. Medidas provisórias e projetos de lei que constam do PAC também farão parte da conversa.

CONTRAMÃO

Newton Simões, presidente da Racional Engenharia, nem pensou em abrir capital, como fizeram muitas empresas do setor. De acordo com ele, essa tendência tem o objetivo de alcançar o lucro rápido, o que não combina com o perfil de longo prazo, característico da construção. Na contramão, Simões preferiu fazer parcerias com fundos de investimentos. "Acredito que é mais compatível com o ritmo do negócio." Para 2007, ele prevê um aumento de 51% no faturamento da empresa, estimado em R$ 540 milhões.

PRORROGAÇÃO
O Banco do Brasil e a Prefeitura de Campinas irão prorrogar por mais cinco anos seu convênio de parceria. O contrato prevê a centralização de todos os negócios da prefeitura e das empresas públicas do município no BB. A folha de pagamento tem cerca de 21 mil servidores.

VELOCÍMETRO
Nos próximos dias, a Jaguar traz ao país o esportivo XKR, seu modelo mais caro e veloz, que chega a 250 km/ h, limitado eletronicamente. Tem oito cilindros e 420 cavalos. Só três unidades desembarcarão por aqui.

OS JETSONS
Mobilidade e dinheiro eletrônico são as apostas do diretor regional de vendas da Cisco, Marcelo Menta. "As empresas têm de se preparar. E-mail é coisa do passado", disse o executivo no IT Fórum, em Comandatuba. "A próxima geração consumirá produtos que não conseguimos conceber."
O jeito de se preparar, para Menta, é investir em TI. "A Cisco destina 15% do faturamento à inovação." Em 2006, a receita da empresa foi de US$ 25 bilhões.
Para ele, as empresas tendem a deixar práticas que, hoje, são apenas custo. "Na Cisco, ninguém tem mesa fixa, nem o presidente. Eu trabalho até três vezes por semana na minha casa. Mais de 50% dos funcionários não precisam estar fisicamente na empresa para fazer um bom trabalho. Precisaríamos de dois andares extras para acomodar todo mundo, um custo desnecessário."


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