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MERCADO FINANCEIRO
Mas há instituições que afirmam que cenário externo pode fazer Copom optar por juro inalterado
Taxas futuras apontam queda dos juros
DA REPORTAGEM LOCAL
O Copom se reúne entre terça e
quarta para decidir o rumo da taxa básica de juros da economia,
que está em 16%. Na BM&F, os
contratos de juros apontam expectativa de que a taxa básica cairá 0,25 ponto percentual. Mas, devido principalmente às turbulências do exterior, há quem aposte
em manutenção dos juros.
Para Clive Botelho, diretor financeiro do banco Santos, se o BC
considerar apenas os dados de inflação, a Selic (taxa básica) pode
cair para 15,75%. "Mas o BC deve
estar atento à alta volatilidade externa", diz.
O contrato DI (que segue os juros interbancários) com vencimento na virada do mês, que melhor ilustra a expectativa dos investidores para o Copom da semana que vem, oscilou pouco nos
últimos dias, mesmo com a alta
turbulência recente. Ontem esse
contrato fechou com taxa de
15,66% na BM&F.
Nos contratos de prazo mais
longos, as taxas caíram ontem,
mas ainda apontam a possibilidade de os juros voltarem a ser elevados no último trimestre.
Para a Fenacrefi, que reúne as financeiras e as empresas de crédito, a Selic não será alterada na semana que vem.
O economista Luiz Fernando
Lopes, do banco Pátria, afirma
que, se ainda mantiver apego ao
centro da meta de inflação (ou seja, uma inflação de 5,5% neste
ano), o Banco Central interromperia a trajetória de corte de juro.
""Creio que o Copom vai cortar os
juros em 0,25 ponto e usar de criatividade na ata da reunião para
justificar a decisão, para dizer que
não fugiu da meta."
Tensão menor
A divulgação dos dados de inflação ao consumidor norte-americano de abril deu uma trégua ao
mercado ontem. Com uma pressão inflacionária um pouco mais
fraca que o esperado, o mercado
reagiu positivamente: a Bovespa
subiu 1,14%, e o dólar caiu 1,34%,
para R$ 3,09.
A mudança de clima favoreceu
os títulos da dívida de países
emergentes. Com isso, o risco-país brasileiro registrou queda de
6,9%, para os 710 pontos. Na segunda-feira, o risco-país atingiu
os 808 pontos.
Com o petróleo em níveis recordes e a expectativa de que os juros
possam subir nos EUA ainda em
junho, os investidores têm realocado seus recursos, prejudicando
os emergentes.
(FABRICIO VIEIRA)
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