São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Mas há instituições que afirmam que cenário externo pode fazer Copom optar por juro inalterado

Taxas futuras apontam queda dos juros

DA REPORTAGEM LOCAL

O Copom se reúne entre terça e quarta para decidir o rumo da taxa básica de juros da economia, que está em 16%. Na BM&F, os contratos de juros apontam expectativa de que a taxa básica cairá 0,25 ponto percentual. Mas, devido principalmente às turbulências do exterior, há quem aposte em manutenção dos juros.
Para Clive Botelho, diretor financeiro do banco Santos, se o BC considerar apenas os dados de inflação, a Selic (taxa básica) pode cair para 15,75%. "Mas o BC deve estar atento à alta volatilidade externa", diz.
O contrato DI (que segue os juros interbancários) com vencimento na virada do mês, que melhor ilustra a expectativa dos investidores para o Copom da semana que vem, oscilou pouco nos últimos dias, mesmo com a alta turbulência recente. Ontem esse contrato fechou com taxa de 15,66% na BM&F.
Nos contratos de prazo mais longos, as taxas caíram ontem, mas ainda apontam a possibilidade de os juros voltarem a ser elevados no último trimestre.
Para a Fenacrefi, que reúne as financeiras e as empresas de crédito, a Selic não será alterada na semana que vem.
O economista Luiz Fernando Lopes, do banco Pátria, afirma que, se ainda mantiver apego ao centro da meta de inflação (ou seja, uma inflação de 5,5% neste ano), o Banco Central interromperia a trajetória de corte de juro. ""Creio que o Copom vai cortar os juros em 0,25 ponto e usar de criatividade na ata da reunião para justificar a decisão, para dizer que não fugiu da meta."

Tensão menor
A divulgação dos dados de inflação ao consumidor norte-americano de abril deu uma trégua ao mercado ontem. Com uma pressão inflacionária um pouco mais fraca que o esperado, o mercado reagiu positivamente: a Bovespa subiu 1,14%, e o dólar caiu 1,34%, para R$ 3,09.
A mudança de clima favoreceu os títulos da dívida de países emergentes. Com isso, o risco-país brasileiro registrou queda de 6,9%, para os 710 pontos. Na segunda-feira, o risco-país atingiu os 808 pontos.
Com o petróleo em níveis recordes e a expectativa de que os juros possam subir nos EUA ainda em junho, os investidores têm realocado seus recursos, prejudicando os emergentes. (FABRICIO VIEIRA)


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