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Países ricos devem aumentar impostos, diz FMI
ALAN BEATTIE
DO "FINANCIAL TIMES"
As economias ricas do planeta continuam a acumular dívidas públicas, a despeito da recuperação econômica mundial,
de acordo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional).
Em um relatório sobre as finanças públicas mundiais divulgado na sexta-feira, o Fundo
sugeriu aumentos nos impostos sobre valor agregado e sobre produtos como cigarros e
bebidas alcoólicas como maneira de reduzir os deficit.
O FMI afirmou que o deficit
fiscal mundial agregado se reduziria em ritmo menor do que
o previsto anteriormente, caindo apenas a 6% em 2010, ante
os 6,7% de 2009, e que as perspectivas das economias mais ricas haviam piorado consideravelmente desde a divulgação
das projeções anteriores, em
novembro. "Enquanto a economia mundial melhora, os balanços fiscais das economias
avançadas estão piorando, em
termos médios", diz o relatório.
Para conduzir a relação entre
dívida e Produto Interno Bruto
ao nível médio anterior à crise,
60%, até 2030, as economias
avançadas precisam apertar
sua política fiscal em polpudos
8,7% do PIB, de acordo com o
Fundo. Sem isso, os índices de
crescimento serão reduzidos
permanentemente em 0,5%.
"O alto nível de endividamento
público pode influenciar negativamente o crescimento econômico durante muitos anos."
Considerados os fatores cíclicos, as economias ricas devem ver um agravamento de
0,6% no balanço de suas finanças públicas neste ano, o que
conduziria a deterioração acumulada desde o começo da crise a 5%. A maior parte dessa
piora foi causada pelos Estados
Unidos, onde medidas de estímulo e gastos militares elevaram as despesas, e pela Alemanha, devido a uma combinação
de novos gastos e arrecadação
tributária inferior à esperada.
Para o FMI, a ampliação dos
gastos de estímulo para combater a recessão mundial contribuiu pouco para a deterioração
das finanças públicas. O Fundo,
criticado ao defender um estímulo fiscal no estágio inicial da
crise, diz que apenas um décimo da elevação da dívida pública nos países ricos derivaria do
estímulo, no cômputo final.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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