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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa continuou abaixo dos 12 mil pontos e acumulou, na semana, desvalorização de 4,75%
Atentado aos EUA piora humor na Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
O atentado a bomba contra o
Consulado dos Estados Unidos
no Paquistão, que abalou os mercados mundiais ontem, definiu o
dia de baixa da Bolsa de Valores
de São Paulo.
O Ibovespa, índice que mede o
comportamento das 57 ações
mais negociadas no pregão paulista, caiu 2,20% e ficou em 11.698
pontos. Como na quinta-feira,
permaneceu abaixo dos 12 mil
pontos. Na semana, a Bovespa
acumulou queda de 4,75%.
Pela manhã, nenhuma ação do
Ibovespa operava no azul, e o indicador chegou a cair 3% na máxima de queda do dia.
Serviu para acalmar um pouco
os mercados à tarde o vazamento
de dados de pesquisa de intenção
de voto para as eleições para a
Presidência da República deste
ano, que será divulgada neste fim
de semana.
A pesquisa confirmaria o isolamento de José Serra (PSDB) em
segundo lugar na preferência dos
eleitores. Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) continuaria no primeiro lugar e o candidato Anthony Garotinho (PSB) teria caído para a
quarta colocação.
Segundo Helio Osaki, analista
da Finambras, houve outros dois
motivos fortes para determinar a
queda da Bolsa ontem.
Segunda-feira é dia de vencimento de opções e, mais uma vez,
os "vendidos" (que se beneficiam
com a queda das cotações) deverão vencer os "comprados" (que
apostam na valorização) na disputa para adequar a cotação a
seus interesses.
As ações preferenciais da Telemar, as de maior peso para o índice, caíram 1,83%. Só perderam
em volatilidade para os papéis
preferenciais da Petrobras. As
ações da petrolífera caíram 3,55%
ontem, com o temor em relação
ao futuro dos preços do petróleo e
do crescimento mundial após o
atentado no Paquistão.
Além disso, com a queda de 3%
do dólar anteontem, alguns investidores venderam papéis de empresas exportadoras, que haviam
se valorizado, para embolsar os
lucros. Também prejudica os negócios o fato de o mercado não
dar mais como certo o corte dos
juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central na semana
que vem.
Os títulos da dívida brasileira,
os C-Bonds, não conseguiram
sustentar a alta da quinta-feira e
tiveram perda de 1,89% ontem.
(ANA PULA RAGAZZI)
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