São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa continuou abaixo dos 12 mil pontos e acumulou, na semana, desvalorização de 4,75%

Atentado aos EUA piora humor na Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

O atentado a bomba contra o Consulado dos Estados Unidos no Paquistão, que abalou os mercados mundiais ontem, definiu o dia de baixa da Bolsa de Valores de São Paulo.
O Ibovespa, índice que mede o comportamento das 57 ações mais negociadas no pregão paulista, caiu 2,20% e ficou em 11.698 pontos. Como na quinta-feira, permaneceu abaixo dos 12 mil pontos. Na semana, a Bovespa acumulou queda de 4,75%.
Pela manhã, nenhuma ação do Ibovespa operava no azul, e o indicador chegou a cair 3% na máxima de queda do dia.
Serviu para acalmar um pouco os mercados à tarde o vazamento de dados de pesquisa de intenção de voto para as eleições para a Presidência da República deste ano, que será divulgada neste fim de semana.
A pesquisa confirmaria o isolamento de José Serra (PSDB) em segundo lugar na preferência dos eleitores. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuaria no primeiro lugar e o candidato Anthony Garotinho (PSB) teria caído para a quarta colocação.
Segundo Helio Osaki, analista da Finambras, houve outros dois motivos fortes para determinar a queda da Bolsa ontem.
Segunda-feira é dia de vencimento de opções e, mais uma vez, os "vendidos" (que se beneficiam com a queda das cotações) deverão vencer os "comprados" (que apostam na valorização) na disputa para adequar a cotação a seus interesses.
As ações preferenciais da Telemar, as de maior peso para o índice, caíram 1,83%. Só perderam em volatilidade para os papéis preferenciais da Petrobras. As ações da petrolífera caíram 3,55% ontem, com o temor em relação ao futuro dos preços do petróleo e do crescimento mundial após o atentado no Paquistão.
Além disso, com a queda de 3% do dólar anteontem, alguns investidores venderam papéis de empresas exportadoras, que haviam se valorizado, para embolsar os lucros. Também prejudica os negócios o fato de o mercado não dar mais como certo o corte dos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central na semana que vem.
Os títulos da dívida brasileira, os C-Bonds, não conseguiram sustentar a alta da quinta-feira e tiveram perda de 1,89% ontem.
(ANA PULA RAGAZZI)


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