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Lula pede mais "solidariedade" aos países ricos
EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao abrir um painel sobre cooperação comercial entre países em
desenvolvimento, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pediu
mais "solidariedade" às nações ricas.
"Vejam o enorme potencial de
ganho para todos se prevalecer o
espírito de solidariedade por parte dos países desenvolvidos: uma
redução tarifária de 50% geraria
aumento de até US$ 18 bilhões no
comércio."
No dois discursos que fez ontem
na 11ª Unctad, Lula apresentou
números para comprovar sua tese
de que a redução das tarifas comerciais entre os países pobres é
vantajosa e disse que é preciso
ambição para conquistar novos
objetivos.
"Só alcançaremos nossos objetivos [aumentar a participação
dos países pobres no comércio
mundial] se tivermos a vontade
política de sermos ambiciosos."
Citando dados da Unctad, ele
disse que a redução de 30% nas tarifas preferenciais "levaria ao incremento de até US$ 8,5 bilhões
no comércio entre os países-membros do sistema".
O presidente Lula defende a revitalização do Sistema Global de
Preferências Comerciais (SGPC),
que reduz tarifas comerciais nas
transações ocorridas entre os países em desenvolvimento.
O acordo foi criado em 1988,
mas até hoje só foi assinado por
44 países, sendo que pode beneficiar todos os que fazem parte do
G77, o grupo dos países em desenvolvimento.
Ao abrir o painel que discutiu a
cooperação comercial entre os
países do Sul, Lula ressaltou que
"enquanto em 1990 a porcentagem do intercâmbio Sul-Sul no
comércio total dos países em desenvolvimento era de 34%, hoje já
alcança 43%".
Ele disse ainda que "o comércio
mundial cresceu a taxas de 5% ao
ano na década de 90, enquanto o
comércio Sul-Sul, no mesmo período, apresentou incremento
anual de 10%".
(GA e CG)
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