|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"MP do Bem" deverá sair hoje com isenção fiscal no setor imobiliário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deverá conceder
quatro benefícios fiscais no setor
imobiliário, ao anunciar hoje a
medida provisória que vai isentar
e reduzir o pagamento de impostos federais a alguns setores para
estimular investimentos, conforme prometeu o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, no mês passado.
As medidas para o setor imobiliário deverão resultar em uma renúncia fiscal de R$ 750 milhões
em 2005 e 2006, de acordo com a
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo).
Até ontem, o governo havia
confirmado apenas dois benefícios para esse setor. As medidas
estão sendo preparadas há mais
de três semanas pelos ministérios
da Fazenda e do Desenvolvimento e foi batizada de "MP do Bem"
por Furlan.
A Fiesp calcula que todas os benefícios do pacote devam somar
entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões
em renúncia fiscal até o fim do
ano que vem. O governo estima
que vá deixar de arrecadar R$ 1,5
bilhão neste ano.
Ontem, a Fiesp divulgou a informação de que o governo teria cedido aos apelos do setor e vai aumentar o número de incentivos
fiscais. O texto da MP será conhecido hoje pela manhã durante
evento no Palácio do Planalto,
com a presença de empresários.
De acordo com a Fiesp, o governo vai isentar do pagamento de
Imposto de Renda sobre ganhos
obtidos nas transações de compra
e venda de imóveis que custam
até R$ 180 mil. Atualmente, a alíquota do IR para essas transações
é de 15% do ganho, mas os imóveis avaliados em até R$ 440 mil
estão isentos.
Tabela progressiva
A outra novidade é que deverá
ser adotada uma tabela progressiva para determinar o valor do financiamento para cada imóvel.
Quanto menor o valor do imóvel,
maior será o percentual que poderá ser financiado.
O governo já havia confirmado
na segunda-feira, conforme a Folha publicou, que deverá reduzir
de 30% para 7% a tributação sobre o patrimônio de afetação (que
separa a contabilidade de cada
construtora de cada empreendimento imobiliário).
A possível redução da cobrança
das contribuições PIS (Programa
de Integração Social) e Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de
9,25% para 3,65% para as empresas que comercializam imóveis
também já havia sido confirmada.
"Essas medidas devem vir
acompanhadas de algumas limitações que ainda não foram especificadas, caso contrário, podem
estimular a especulação imobiliária, quando o objetivo é dar um
incentivo para o indivíduo que
quer comprar ou trocar o imóvel", disse Paulo Safady, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da
Indústria das Construção Civil).
Ele afirmou, porém, que as medidas têm potencial para estimular a economia porque vão aumentar as transações imobiliárias
e podem incentivar novos investimentos no setor.
"No primeiro trimestre deste
ano, nós aplicamos 62% a mais no
setor do que no primeiro trimestre do ano passado, mas foi por
causa do aumento do crédito",
afirmou Safady.
Texto Anterior: Escândalo de "mensalão": Mercado inverte rumo e sobe após depoimento de Jefferson Próximo Texto: Meta para o superávit até agosto é maior Índice
|