São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

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Fitch não vê impacto de crise no "rating"

DA REUTERS

As turbulências políticas no Brasil não representam, no momento, uma ameaça aos "ratings" do país, afirmou a agência de classificação de risco Fitch ontem. A agência, no entanto, acompanha de perto a situação na Bolívia.
Em Londres, a Fitch sustentou que não espera que o quadro político tenha impacto significativo na performance macroeconômica brasileira.
"Eu acho que o rating "BB-" incorpora algum risco pelo lado político, mas é essencial que os escândalos políticos não enfraqueçam o campo macroeconômico e eu acho que nosso cenário básico é que não irá [afetar]", afirmou Shelly Shetty, diretora sênior de ratings soberanos da Fitch.
A agência classifica a dívida de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em "BB-", com perspectiva estável.
"Nosso cenário básico é que, desta vez, as preocupações pré-eleitorais relacionadas ao Brasil não serão tão fortes como no passado", acrescentou Shetty. "Isso porque Lula é agora um fator conhecido e tem demonstrado que (...) seguirá com políticas bem vistas pelo mercado e uma política macroeconômica muito mais conservadora do que muita gente esperava."
Alguns analistas têm mostrado preocupação com a possibilidade de o Congresso ser pressionado a aprovar medidas que enfraqueçam a política fiscal, caso a oposição se fortaleça com as denúncias de corrupção. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, entretanto, já descartou essa idéia.

Bolívia
A Fitch afirmou ainda que, embora as incertezas políticas sejam consideradas nos "ratings" da Bolívia, a agência estava acompanhando de perto a crise no país.
"Eu acho que a Bolívia realmente tem problemas de médio prazo em relação à Lei de Hidrocarbonetos, que não será suficiente para atrair ou manter os investimentos estrangeiros no setor", acrescentou Shetty.
A Fitch classifica a dívida de longo prazo em moeda estrangeira da Bolívia em "B-", com perspectiva estável.


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