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Fitch não vê impacto de crise no "rating"
DA REUTERS
As turbulências políticas no
Brasil não representam, no momento, uma ameaça aos "ratings"
do país, afirmou a agência de classificação de risco Fitch ontem. A
agência, no entanto, acompanha
de perto a situação na Bolívia.
Em Londres, a Fitch sustentou
que não espera que o quadro político tenha impacto significativo
na performance macroeconômica brasileira.
"Eu acho que o rating "BB-" incorpora algum risco pelo lado político, mas é essencial que os escândalos políticos não enfraqueçam o campo macroeconômico e
eu acho que nosso cenário básico
é que não irá [afetar]", afirmou
Shelly Shetty, diretora sênior de
ratings soberanos da Fitch.
A agência classifica a dívida de
longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em "BB-", com perspectiva estável.
"Nosso cenário básico é que,
desta vez, as preocupações pré-eleitorais relacionadas ao Brasil
não serão tão fortes como no passado", acrescentou Shetty. "Isso
porque Lula é agora um fator conhecido e tem demonstrado que
(...) seguirá com políticas bem vistas pelo mercado e uma política
macroeconômica muito mais
conservadora do que muita gente
esperava."
Alguns analistas têm mostrado
preocupação com a possibilidade
de o Congresso ser pressionado a
aprovar medidas que enfraqueçam a política fiscal, caso a oposição se fortaleça com as denúncias
de corrupção. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, entretanto, já descartou essa idéia.
Bolívia
A Fitch afirmou ainda que, embora as incertezas políticas sejam
consideradas nos "ratings" da Bolívia, a agência estava acompanhando de perto a crise no país.
"Eu acho que a Bolívia realmente tem problemas de médio prazo
em relação à Lei de Hidrocarbonetos, que não será suficiente para
atrair ou manter os investimentos
estrangeiros no setor", acrescentou Shetty.
A Fitch classifica a dívida de
longo prazo em moeda estrangeira da Bolívia em "B-", com perspectiva estável.
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