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AVIAÇÃO
Entidade diz desconhecer documento em que abdica de controle acionário
Fundação diverge de conselho na Varig
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Aumenta o desencontro entre
os discursos da Fundação Ruben
Berta, controladora da Varig, e do
conselho de administração da aérea, formado por executivos indicados pela própria fundação.
Conforme a Folha antecipou no
último dia 9, o conselho de administração preparou um documento para que a fundação abra
mão do controle acionário antes
da venda de ações da companhia
à aérea portuguesa TAP ou a qualquer outro investidor.
Ontem, David Zylbersztajn,
presidente do conselho, deu mais
detalhes sobre o teor do documento e afirmou que a concordância dos curadores da fundação é um requisito da continuidade de seu trabalho. "É condição
primordial e essencial para que as
coisas continuem a avançar."
Segundo a Folha apurou, os
executivos da administração, nomeados no início de maio, podem
deixar os cargos na Varig se o documento não for assinado.
A Fundação Ruben Berta, no
entanto, afirma desconhecer a
existência do documento e diz
que a única idéia próxima desse
acerto é a que foi detalhada no dia
17 de maio em audiência pública
no Congresso Nacional: a possibilidade de a entidade transferir
transferir provisoriamente o controle a um fundo de investimento
e participações. Foi citada a
BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
como exemplo do tipo de instituição pretendida para a transação.
Já Zylbersztajn revela que o documento transfere o usufruto das
ações da Varig a uma empresa
que estaria no nome dele mesmo
e de outros conselheiros. Só assim, segundo ele, haveria autonomia total para negociar e levar
adiante o salvamento da aérea.
Com o usufruto, os conselheiros
poderiam exercer o direito de voto das ações e, com isso, dê à empresa o destino que bem entenderem -sem necessitar mais da
aprovação posterior da fundação.
Hoje, embora a fundação diga
que deu carta branca ao conselho,
mantém o direito de dar a palavra
final sobre as negociações.
Com esses termos, a proposta
deve enfrentar grande dificuldade
para ser aprovada pela fundação.
Nos corredores da Varig, há
quem diga que o atual conselho
não dura até agosto.
Rotas internacionais
Ontem, em coletiva à imprensa,
Marco Antonio Bologna, presidente da TAM, comentou os efeitos da negociação TAP-Varig nas
rotas internacionais brasileiras.
Segundo ele, a TAP não poderá
assumir rotas da Varig em razão
dos acordos de bilateralidade entre os países que exigem que, na
eventual saída de uma aérea, outra da mesma nacionalidade assuma a operação. "Os regulamentos
não foram mudados", afirmou.
Bologna disse que a TAM brigará para participar desse mercado.
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