São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

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TRANSPORTES

Meta das concessionárias é elevar produtividade e ampliar o movimento de cargas por trens de 26% para 28% do total

Ferrovias querem investir R$ 7,1 bi até 2008

DA SUCURSAL DO RIO

As concessionárias de ferrovias pretendem investir R$ 7,1 bilhões até 2008 na melhoria das malhas e na compra de vagões e locomotivas, com o objetivo de elevar a produtividade e ampliar a movimentação de cargas no país, informou ontem a ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).
Feitos esses investimentos, o setor prevê elevar sua participação no total de cargas transportadas no país dos atuais 26% para 28% e aumentar a velocidade média das composições de 37 km/h para 45 km/h. Hoje, as rodovias transportam 62% do volume total de cargas movimentadas no Brasil.
Só neste ano as 11 concessionárias de ferrovias que operam no Brasil vão comprar 225 locomotivas e 9.100 vagões, num investimento de cerca de R$ 2,1 bilhões.
Apesar dos avanços previstos, o setor ferroviário brasileiro ainda estará, em 2008, longe das marcas alcançadas por outros países com as dimensões parecidas com as do Brasil, como Índia, Austrália e EUA, onde 40% do transporte é feito por meio de ferrovias. A velocidade dos trens também estará distante da ideal -80 km/h.
De acordo com o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, existem hoje no Brasil cerca de 11 mil pontos "de gargalo" do setor, que vão desde cruzamentos ferroviários que precisam ser refeitos até casas construídas em áreas de ferrovias.
Segundo Vilaça, o governo precisa investir R$ 4,2 bilhões no sistema ferroviário para equacionar tais problemas. É que, pelo modelo de concessão, as empresas ficam com a responsabilidade de recuperar malhas e trens, enquanto cabe ao governo fazer as obras de expansão, contornos, variantes (desvios) e ressarcir moradores que tenham de ser eventualmente desalojados por estarem em terrenos de ferrovias.
O problema, diz Vilaça, é que até agora faltam recursos para o setor e não há uma perspectiva de curto prazo indicando que a situação mudará.

Ferrovias da Vale
A Vale do Rio Doce anunciou ontem que irá misturar 20% de biodiesel no combustível que utiliza em suas locomotivas. A Vale consome 400 milhões de litros de diesel por ano.
Ao todo, serão investidos R$ 120 milhões em inovações tecnológicas nas ferrovias operadas pela empresa. (PEDRO SOARES)


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