São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Emprego na indústria sobe 0,5% em abril

No RS, devido à crise do setor calçadista, fechamento de postos de trabalho superou a criação de vagas

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O mercado de trabalho na indústria registrou expansão pelo quarto mês consecutivo. Em abril, o saldo positivo na criação de vagas foi de 0,5% na comparação com o mês anterior. No acumulado do ano, a taxa chega a 1,4%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o resultado é uma resposta do mercado de trabalho ao ritmo mais aquecido da produção nos últimos meses.
No ano, a produção industrial cresce a uma taxa acumulada de 4,3% em relação ao primeiro quadrimestre de 2006. Os últimos dados divulgados pelo instituto, no entanto, mostram que em abril o setor recuou 0,1% em relação a março.
Segundo Isabela Nunes, gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, existem indicativos de que a recuperação do mercado de trabalho industrial deve continuar nos próximos meses, com o crescimento do número de horas pagas -em abril, elas cresceram 0,9%.
Em cenários de aumento da demanda, os empresários recorrem primeiro ao pagamento de horas extras e somente abrem novos postos de trabalho diante da confirmação desse quadro.
Na comparação com abril do ano passado, o emprego cresceu 1,7%. Em termos regionais, São Paulo (2,4%), a região Nordeste (2,3%) e Santa Catarina (2,7%) tiveram os maiores impactos na criação de vagas.
Os setores que mais contrataram em São Paulo foram os de máquinas e equipamentos, refino de petróleo e produção de álcool e têxtil.

Exceção no RS
O Rio Grande do Sul é o único Estado em que o fechamento de postos de trabalho supera a criação de vagas. O emprego no Estado recuou 1,3% afetado pelo desempenho de calçados e artigos de couro (-15,3%). Segundo o IBGE, o setor responde por 25% da oferta de emprego da indústria gaúcha.
Sob o ponto de vista do tipo de atividade, o crescimento industrial está sendo impulsionado principalmente pelo setor de alimentos e bebidas (4,4%), produtos de metal (5,3%) e máquinas e equipamentos (5,0%).
"Há uma forte influência de commodities, como açúcar e soja. Além disso, a produção de máquinas, equipamentos e veículos está aquecida, o que é mais um sinal da continuidade do crescimento porque eles são usados para aumentar a produção de outras indústrias".

Renda
A renda do trabalhador na indústria avançou 1,4% em abril, após recuo de 3,7% em março. No ano, a expansão é de 4,7%. Segundo Nunes, o crescimento da renda é resultado do aumento da oferta de vagas e também da inflação sob controle.
Em abril, especificamente, o resultado foi influenciado pelos aumentos salariais concedidos aos setores de produtos químicos (11,8%), meios de transporte (6,6%) e máquinas e equipamentos (6,0%).


Texto Anterior: Desempregadas terão salário-maternidade
Próximo Texto: Ciesp: Interior puxa expansão de vagas em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.