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Emprego na indústria sobe 0,5% em abril
No RS, devido à crise do setor calçadista, fechamento de postos de trabalho superou a criação de vagas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O mercado de trabalho na indústria registrou expansão pelo
quarto mês consecutivo. Em
abril, o saldo positivo na criação de vagas foi de 0,5% na
comparação com o mês anterior. No acumulado do ano, a
taxa chega a 1,4%.
Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o resultado é uma resposta do mercado de trabalho
ao ritmo mais aquecido da produção nos últimos meses.
No ano, a produção industrial cresce a uma taxa acumulada de 4,3% em relação ao primeiro quadrimestre de 2006.
Os últimos dados divulgados
pelo instituto, no entanto, mostram que em abril o setor recuou 0,1% em relação a março.
Segundo Isabela Nunes, gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, existem indicativos de que a recuperação do
mercado de trabalho industrial
deve continuar nos próximos
meses, com o crescimento do
número de horas pagas -em
abril, elas cresceram 0,9%.
Em cenários de aumento da
demanda, os empresários recorrem primeiro ao pagamento
de horas extras e somente
abrem novos postos de trabalho diante da confirmação desse quadro.
Na comparação com abril do
ano passado, o emprego cresceu 1,7%. Em termos regionais,
São Paulo (2,4%), a região Nordeste (2,3%) e Santa Catarina
(2,7%) tiveram os maiores impactos na criação de vagas.
Os setores que mais contrataram em São Paulo foram os
de máquinas e equipamentos,
refino de petróleo e produção
de álcool e têxtil.
Exceção no RS
O Rio Grande do Sul é o único
Estado em que o fechamento
de postos de trabalho supera a
criação de vagas. O emprego no
Estado recuou 1,3% afetado pelo desempenho de calçados e
artigos de couro (-15,3%). Segundo o IBGE, o setor responde por 25% da oferta de emprego da indústria gaúcha.
Sob o ponto de vista do tipo
de atividade, o crescimento industrial está sendo impulsionado principalmente pelo setor
de alimentos e bebidas (4,4%),
produtos de metal (5,3%) e máquinas e equipamentos (5,0%).
"Há uma forte influência de
commodities, como açúcar e
soja. Além disso, a produção de
máquinas, equipamentos e veículos está aquecida, o que é
mais um sinal da continuidade
do crescimento porque eles são
usados para aumentar a produção de outras indústrias".
Renda
A renda do trabalhador na indústria avançou 1,4% em abril,
após recuo de 3,7% em março.
No ano, a expansão é de 4,7%.
Segundo Nunes, o crescimento
da renda é resultado do aumento da oferta de vagas e também
da inflação sob controle.
Em abril, especificamente, o
resultado foi influenciado pelos
aumentos salariais concedidos
aos setores de produtos químicos (11,8%), meios de transporte (6,6%) e máquinas e equipamentos (6,0%).
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