DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes da Abrasp (Associação Brasileira de Produtores de Solução Parenteral) e da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) vão se reunir na quarta, em Brasília, para discutir a queda de preços de lista das soluções.
Luiz Moreira de Castro, presidente da Abrasp, diz que a proposta para a CMED é acabar com o preço-teto desses produtos.
"Ao hospital cabe cobrar o preço dos serviços, e não "vender" produtos. A câmara insiste, porém, na redução dos preços de lista, o que acabou sendo aceito pelas empresas do setor, incluindo as três investigadas", afirma.
Quando a CMED foi criada, em 2003, as três empresas suspeitas -Baxter, B.Braun e HalexIstar- eram as únicas que produziam soro hospitalar em sistema fechado.
"Com a exigência de que todas as empresas migrassem para esse sistema, surgiu o impasse dos novos fabricantes com a CMED, que queria protocolar, para eles, preços dos produtos abaixo dos das três empresas que estavam no mercado. A CMED chegou a propor que as três empresas reduzissem os preços em torno de 30%, mas uma delas não aceitou", diz Castro.
Para ele, a CMED recorreu à SDE sem razão. "As três empresas estão no direito legítimo de praticarem os preços oficialmente concedidos. A distorção não está nos preços praticados. O problema está no fato de que os preços praticados estão muito abaixo dos preços de lista concedidos pela CMED, criando a possibilidade de alguns agentes da cadeia serem beneficiados, e outros, prejudicados", diz.
Eduardo de Oliveira, presidente da Federação Brasileira de Hospitais, entende que os hospitais não podem pedir reembolso de preços maiores do que os que estão em lista da CMED. Na sua avaliação, porém, os hospitais podem pedir reembolso do preço "cheio" dos produtos e comprar por valor menor. "O que o hospital tem de ter certeza é da qualidade dos produtos".


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