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Maior sócia da Petrobras, BG vê produção "explodir" com o Brasil
Grupo britânico prevê que fatia do país na produção salte de "zero" para 25%
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Há menos de cinco anos, a
palavra Tupi soaria para britânicos como um exótico dialeto
de uma região tropical. Em dez
anos, a palavra pode significar
lucros elevados para a BG, 27ª
maior empresa do Reino Unido, segundo a "Forbes".
De importância zero, o Brasil
passará a ser um dos três países
de maior importância nas receitas com petróleo do grupo,
graças à produção no pré-sal
brasileiro. A BG é sócia da Petrobras em cinco áreas, entre
elas Tupi, a primeira grande
descoberta na bacia de Santos.
A BG prevê que sua produção
crescerá 166% em 10 anos, de
600 mil barris, hoje, para 1,6
milhão de barris por dia, 25%
extraídos do pré-sal. Hoje a empresa nada produz aqui.
À Folha, o vice-presidente
global da companhia, Martin
Houston, disse que o Brasil será, com Austrália e Cazaquistão, a locomotiva da BG. Estar
nas cinco áreas do pré-sal com
a Petrobras poderia ser encarada como um bilhete premiado,
num momento em que grandes
petrolíferas enfrentam declínio em suas reservas.
Houston disse que estar em
uma das áreas mais promissoras de petróleo do mundo não
foi por acaso. Segundo ele, a BG
acreditava que o pré-sal tinha
formação semelhante ao pré-sal africano. "Somos uma empresa de riscos. Mas confiávamos na existência de óleo", diz.
Nas áreas do pré-sal, a empresa investirá US$ 4 bilhões.
Desde que chegou ao Brasil, em
1994, a BG já investiu US$ 1,5
bilhão. Boa parte na compra da
Comgás, em 1999, com a Shell.
Segundo Houston, se forem
realizados novos leilões no pré-sal, a BG deve entrar. A empresa calcula que o pré-sal seja viável com um barril a US$ 40.
O mercado tem respondido à
presença da BG no pré-sal.
Desde novembro, suas ações
subiram 14% na Bolsa de Londres. Em Nova York, as ações
de Shell e Exxon caíram, respectivamente, 7,2% e 6,4%.
Houston diz concordar com
a decisão do governo de interromper os leilões para a concessão de novas áreas na região
do pré-sal. "Não se conhecia
antes seu potencial. O governo
tem o direito de analisar o que
fazer com seus recursos."
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