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MERCADO ABERTO
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
Pacote flexibiliza cobertura cambial
Os técnicos da Fazenda e do
Banco Central já fecharam o
elenco de medidas que vão fazer parte do pacote cambial a
ser divulgado na próxima semana pelo governo. A medida
mais importante será permitir
que os exportadores deixem no
exterior uma parte do dinheiro
recebido com as vendas de seus
produtos lá fora. A legislação
em vigor obriga que os dólares
arrecadados no exterior com
exportações sejam internalizados no Brasil, a chamada cobertura cambial.
O pacote cambial, que será
editado por meio de medida
provisória e depois precisará
ser aprovado e regulamentado
pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), terá também
uma novidade que irá agradar
principalmente aos turistas estrangeiros. Será permitido pagamento em reais em free
shops. Hoje, as compras no free
shop só podem ser feitas com
moeda estrangeira ou cartão de
crédito internacional. A medida não deve mexer no mercado
de câmbio, mas facilitar a vida
do turista estrangeiro quando
deixa o país e ainda tem real
guardado na carteira.
Os técnicos do governo só
não chegaram à conclusão de
qual será o percentual de exigência a ser mantido de cobertura cambial. Essa definição
depende da saída a ser encontrada pelo governo para compensar as perdas fiscais geradas
com a renúncia de parte das
contribuições e impostos que
vêm com o ingresso dos dólares
oriundos das exportações.
Hoje, o governo arrecada
R$ 1,2 bilhão com a cobrança de
CPMF sobre a conversão dos
dólares em reais. Se o governo
optasse pela extinção total da
cobertura cambial, os técnicos
acreditam que a perda de arrecadação seria de cerca de
R$ 500 milhões, já que, apesar
da liberalização cambial, muitos exportadores precisam internalizar o dinheiro para saldar seus compromissos.
Dessa forma, se for encontrada uma fórmula que compense
essa renúncia fiscal, há chances
de uma flexibilização, entre
50% e 60%, da cobertura cambial, o que poderia representar
uma perda de arrecadação entre R$ 200 milhões e R$ 250
milhões. A Receita Federal, no
entanto, defende que a perda
seja a menor possível, de no
máximo R$ 100 milhões.
O governo não sabe ao certo
quanto deixará de ingressar no
país em razão da flexibilização
da cobertura cambial, mas há
quem ache que esse valor chegue a US$ 10 bilhões. Será menos de 10% do total das exportações previstas para este ano.
Os técnicos acreditam que a
flexibilização da cobertura
cambial funcione como mais
uma arma no arsenal do governo para o combate à valorização cambial, mas não terá um
efeito muito significativo. A
equipe econômica está convicta de que o pacote cambial não
vai dispensar as intervenções
do Banco Central e o processo
de redução de juros.
OLHAR ESTRANGEIRO
A cadeia Exclusive Hotels, que tem 250 hotéis na Europa, inaugura, no início de 2007, o luxo em Santa Tereza,
no Rio. A primeira unidade da rede no país vai aproveitar
o charme e a arquitetura do bairro para apostar no turismo histórico e cultural na cidade. "O público desse hotel
não é aquele que só quer ver praia e Carnaval, são pessoas
que querem viajar no tempo", diz François Delort, representante do grupo francês no Brasil. O local escolhido para receber o investimento de R$ 8 milhões foi um casarão
tombado de 1870, que vai abrigar 45 suítes de até 120 m2
cada uma. Segundo Delort, um outro motivo para optar por
Santa Tereza foi sua desvalorização imobiliária. "O terreno
é subvalorizado em um bairro muito bem preservado, isso
atrai o olhar do estrangeiro para investir."
SEM EFEITO
O economista Sérgio Werlang, ex-BC e atual Itaú, acha
que a alta recente do preço
do petróleo não irá reduzir o
ritmo da queda dos juros e
tampouco impedir que a inflação neste ano atinja o centro da meta de 4,5%. Seu cálculo é que, mesmo que a Petrobras aumente o preço dos
combustíveis em 20% na
média, a inflação ainda vai
ficar abaixo dos 4,5%. Para o
economista, o ideal é que o
aumento dos combustíveis
aconteça ainda neste ano
para não comprometer a inflação de 2007.
ALTOS E BAIXOS
A Febraban divulga, nesta
segunda-feira, pesquisa de
julho com 50 bancos que
mostra uma pequena melhora nas previsões para este
ano e uma piora nas previsões para 2007. O crescimento do PIB para 2006 sobe de 3,58%, na pesquisa de
junho, para 3,60%, na de julho. O juro, no final do ano,
cai de 14,32% para 14,29%.
Já para o ano que vem, a bola
de cristal prevê queda no
PIB de 3,68% para 3,60%. A
previsão dos juros, para o
mês de dezembro, subiu de
13,19% para 13,23%.
APERTO
A parcela da renda dos
consumidores paulistanos
usada em pagamento de dívidas chegou a 40% em julho, contra 34% em junho,
segundo a Fecomercio SP.
BANCO DE BOLSO
O Banco do Brasil lança
hoje a operação "mobile
banking" no Japão, que permite a realização de transações bancárias pelo celular.
Entre elas, estão o envio de
remessas para o Brasil e um
serviço on-line de cotações
de moedas. O BB tem sete
agências e cerca de 105 mil
clientes no Japão.
DE SAÍDA
Paulo Totti, que coordenava a assessoria de imprensa do BNDES, saiu do banco.
PLÁSTICO EM QUEDA
Julho foi um mês de baixa
para a indústria de plásticos
transformados -tanto as
importações quanto as exportações foram inferiores
às registradas em maio. As
importações caíram 9,9%,
chegando a US$ 114,6 milhões, e as exportações tiveram baixa de 3,1%, registrando US$ 98,1 milhões. A
Argentina foi o país que mais
se destacou na balança comercial, com a compra de
25% do total destinado ao
exterior.
RESCALDO
Depois da derrota do Brasil na Copa e das ações do
PCC, caíram 3% as vendas
do setor atacadista de tecidos na rua 25 de Março, em
São Paulo, segundo dados do
sindicato do setor.
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