São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 2000


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TELECOMUNICAÇÕES
Líderes políticos querem que empresa continue nacional
Telemar desiste de sócio estrangeiro

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Os acionistas da Telemar desistiram de buscar um parceiro estratégico no exterior. Eles afirmaram à Folha que têm sido procurados por líderes políticos preocupados em manter a companhia sob comando nacional.
A missão de encontrar um sócio estrangeiro havia sido confiada ao banco Lasar Frères, que, em abril deste ano, foi autorizado a vender até 15% do capital da companhia a um grupo internacional.
Subitamente, os planos foram alterados. Os acionistas da companhia não revelam os nomes dos políticos que os teriam procurado. Limitam-se a dizer que já se reuniram com vários que têm pretensão de disputar a eleição presidencial em 2002.
As telecomunicações eram monopólio estatal até 98. As 27 subsidiárias da Telebrás foram agrupadas em 12 empresas -quatro teles fixas e oito celulares- e privatizadas por US$ 18,94 bilhões.
Só duas empresas restaram inteiramente nacionais: a Tele Norte Leste, comprada pelo consórcio Telemar, e a Tele Centro-Oeste Celular, adquirida no leilão pelo grupo Splice do Brasil, de São Paulo. A Telemar é a segunda maior empresa de telefonia fixa local da América Latina, com 11,3 milhões de linhas instaladas. Atua em 16 Estados, faturou R$ 8,43 bilhões em 99 e possui cerca de 22.500 empregados.
Mais da metade das ações com direito a voto da Telemar continua, direta ou indiretamente, ligada ao setor estatal. A BNDESPar (subsidiária do BNDES) tem 25%; 19,9% pertencem a fundos de pensão e 10%, às empresas Brasilcap e BrasilVeículos, das quais o Banco do Brasil é acionista. Os outros acionistas são os grupos La Fonte, Andrade Gutierrez, Asseca (GP Investimentos) e Lexpart (Oppportunity), que têm, cada um, 11,275% do capital.
Em abril, a Telemar parecia ter urgência em encontrar um sócio estrangeiro. Sua preocupação era entrar no mercado de telefonia celular. Na ocasião, a Anatel cogitava leiloar uma nova licença de telefonia celular, a banda C, que não poderia ser disputada pelas concessionárias de telefonia fixa.
Nesse contexto o Lasar Frères saiu à procura de um sócio internacional para que a Telemar atuasse também em telefonia móvel. Mas, no mês passado, a Anatel anunciou que irá leiloar três novas licenças por região -bandas C, D e E- e que as duas últimas poderão ser disputadas pelas teles fixas.


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