São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

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AVIAÇÃO

Credor intervém na escolha

Amin Lore deve ser o presidente da Varig

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O conselho de administração da Varig deve anunciar hoje que o novo presidente da empresa é o executivo Amin Lore, atualmente diretor de finanças da Rio Sul.
Os membros do conselho estiveram reunidos ontem em São Paulo para escolher o nome do novo dirigente. Nos intervalos do encontro, houve conversas com os credores da companhia, que participam do processo de escolha do futuro executivo. Ficou decidido que toda a diretoria da Varig será substituída.
O economista Roberto Giannetti da Fonseca, que chegou a ser o favorito para o cargo, não teve uma boa receptividade dos credores. Manoel Horácio da Silva, ex-presidente da Telemar, também cotado para a vaga, queria levar para a empresa o executivo Eduardo Falco, ex-diretor da TAM e atual presidente da operadora de telefonia celular Oi.
Falco é considerado pela Varig como um dos maiores opositores da tentativa que a companhia e a TAM fizeram em 2000 de juntar suas operações. A contratação de Manoel Horácio teria sido então descartada pelo conselho.
O conselho deve anunciar oficialmente hoje a escolha de Lore para a presidência da Varig. O executivo já foi vice-presidente da empresa, diretor do Banco Central, do Unibanco e da Petrobras.
É considerado como o homem ideal para levantar a Varig porque conhece bem a empresa. O atual presidente da Varig, Ozires Silva, já colocou o cargo à disposição.
O próximo passo da Varig será renegociar com os credores a dívida de US$ 800 milhões.
A Apvar (Associação dos Pilotos da Varig) apresentou ontem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) um plano para capitalizar a Varig em até R$ 4 bilhões.
A proposta prevê que funcionários e o fundo de pensão da Varig, o Aeros, passem a ser os maiores acionistas da empresa. Dívidas trabalhistas que a Apvar diz que a Fundação Rubem Berta tem com o fundo e com funcionários seriam trocados por ações da empresa. Da parte dos funcionários, não entraria dinheiro novo.
A Varig informou que não reconhece os valores apresentados pela Apvar. A proposta dos pilotos contempla ainda a entrada de um novo sócio na Varig, que injetaria R$ 800 milhões na companhia. Prevê também a participação do BNDES, que poderia entrar com até R$ 1,13 bilhão.


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