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AVIAÇÃO
Credor intervém na escolha
Amin Lore deve ser o presidente da Varig
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O conselho de administração da
Varig deve anunciar hoje que o
novo presidente da empresa é o
executivo Amin Lore, atualmente
diretor de finanças da Rio Sul.
Os membros do conselho estiveram reunidos ontem em São
Paulo para escolher o nome do
novo dirigente. Nos intervalos do
encontro, houve conversas com
os credores da companhia, que
participam do processo de escolha do futuro executivo. Ficou decidido que toda a diretoria da Varig será substituída.
O economista Roberto Giannetti da Fonseca, que chegou a ser o
favorito para o cargo, não teve
uma boa receptividade dos credores. Manoel Horácio da Silva, ex-presidente da Telemar, também
cotado para a vaga, queria levar
para a empresa o executivo
Eduardo Falco, ex-diretor da
TAM e atual presidente da operadora de telefonia celular Oi.
Falco é considerado pela Varig
como um dos maiores opositores
da tentativa que a companhia e a
TAM fizeram em 2000 de juntar
suas operações. A contratação de
Manoel Horácio teria sido então
descartada pelo conselho.
O conselho deve anunciar oficialmente hoje a escolha de Lore
para a presidência da Varig. O
executivo já foi vice-presidente da
empresa, diretor do Banco Central, do Unibanco e da Petrobras.
É considerado como o homem
ideal para levantar a Varig porque
conhece bem a empresa. O atual
presidente da Varig, Ozires Silva,
já colocou o cargo à disposição.
O próximo passo da Varig será
renegociar com os credores a dívida de US$ 800 milhões.
A Apvar (Associação dos Pilotos da Varig) apresentou ontem
ao BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) um plano para capitalizar
a Varig em até R$ 4 bilhões.
A proposta prevê que funcionários e o fundo de pensão da Varig,
o Aeros, passem a ser os maiores
acionistas da empresa. Dívidas
trabalhistas que a Apvar diz que a
Fundação Rubem Berta tem com
o fundo e com funcionários seriam trocados por ações da empresa. Da parte dos funcionários,
não entraria dinheiro novo.
A Varig informou que não reconhece os valores apresentados pela Apvar. A proposta dos pilotos
contempla ainda a entrada de um
novo sócio na Varig, que injetaria
R$ 800 milhões na companhia.
Prevê também a participação do
BNDES, que poderia entrar com
até R$ 1,13 bilhão.
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