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BANCOS
Ganho sobe 31,1% e só perde para o do Itaú entre as instituições financeiras
BB lucra R$ 1,08 bi com juros altos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As altas taxas de juros e a cobrança de tarifas bancárias ajudaram o Banco do Brasil a registrar
lucro de R$ 1,079 bilhão entre janeiro e junho deste ano. O valor é
31,1% maior do que o apurado no
mesmo período de 2002.
Das instituições financeiras que
divulgaram balanço até agora, o
lucro alcançado pelo BB -o
maior banco do país- fica atrás
apenas do ganho obtido pelo Itaú
(R$ 1,490 bilhão) no semestre e
supera, por pouco, o do Bradesco
(R$ 1,027 bilhão).
O lucro obtido pelo BB representa uma rentabilidade de 22,7%
sobre o patrimônio líquido da
instituição financeira. Na prática,
isso significa que seus acionistas
tiveram um retorno de 22,7% pelo dinheiro que investiram no BB.
Desses ganhos, R$ 231,1 milhões
serão repassados à União, a título
de dividendos. Outros R$ 90,8 milhões irão para os acionistas minoritários, que possuem 28,2%
das ações do banco. O restante será reinvestido na empresa.
A lucratividade do BB, a exemplo do que ocorre com outros
bancos, reflete as elevadas taxas
de juros praticadas no país. As
aplicações em títulos públicos,
por exemplo, geraram receita de
R$ 6,9 bilhões ao banco, um crescimento de 23,6% ante o primeiro
semestre de 2002. As operações de
crédito geraram R$ 7,7 bilhões, alta de 19,3%.
Ainda assim, o presidente do
BB, Cássio Casseb Lima, afirmou
esperar por uma redução dos juros daqui para a frente. "Altas taxas de juros não ajudam ninguém. Reduzindo as nossas taxas,
conseguiremos um número
maior de clientes e chegaremos ao
crescimento. O caminho é esse."
O total de empréstimos concedidos pelo BB cresceu 20,4% no
primeiro semestre ante o mesmo
período de 2002. Segundo Casseb,
a expansão do crédito é uma
aposta na retomada do crescimento econômico.
"Se o banco empresta mais e a
economia cresce, o banco ganha.
Se não crescer, o banco vai pagar
com o aumento da inadimplência", afirmou. Entre janeiro e junho, os calotes provocaram perdas de R$ 726 milhões ao BB, o
que equivale a 2,1% de todos os financiamentos concedidos. No
ano passado, essa proporção estava em 2,0%.
O BB possui cerca de R$ 90 bilhões aplicados em títulos públicos. Desse total, cerca de R$ 20 bilhões foram injetados no banco
em 2001, quando o governo assumiu créditos podres que estavam
na carteira da instituição e os
substituiu por papéis emitidos
pelo Tesouro, mais rentáveis.
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