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São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2003

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BANCOS

Ganho sobe 31,1% e só perde para o do Itaú entre as instituições financeiras

BB lucra R$ 1,08 bi com juros altos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As altas taxas de juros e a cobrança de tarifas bancárias ajudaram o Banco do Brasil a registrar lucro de R$ 1,079 bilhão entre janeiro e junho deste ano. O valor é 31,1% maior do que o apurado no mesmo período de 2002.
Das instituições financeiras que divulgaram balanço até agora, o lucro alcançado pelo BB -o maior banco do país- fica atrás apenas do ganho obtido pelo Itaú (R$ 1,490 bilhão) no semestre e supera, por pouco, o do Bradesco (R$ 1,027 bilhão).
O lucro obtido pelo BB representa uma rentabilidade de 22,7% sobre o patrimônio líquido da instituição financeira. Na prática, isso significa que seus acionistas tiveram um retorno de 22,7% pelo dinheiro que investiram no BB.
Desses ganhos, R$ 231,1 milhões serão repassados à União, a título de dividendos. Outros R$ 90,8 milhões irão para os acionistas minoritários, que possuem 28,2% das ações do banco. O restante será reinvestido na empresa.
A lucratividade do BB, a exemplo do que ocorre com outros bancos, reflete as elevadas taxas de juros praticadas no país. As aplicações em títulos públicos, por exemplo, geraram receita de R$ 6,9 bilhões ao banco, um crescimento de 23,6% ante o primeiro semestre de 2002. As operações de crédito geraram R$ 7,7 bilhões, alta de 19,3%.
Ainda assim, o presidente do BB, Cássio Casseb Lima, afirmou esperar por uma redução dos juros daqui para a frente. "Altas taxas de juros não ajudam ninguém. Reduzindo as nossas taxas, conseguiremos um número maior de clientes e chegaremos ao crescimento. O caminho é esse."
O total de empréstimos concedidos pelo BB cresceu 20,4% no primeiro semestre ante o mesmo período de 2002. Segundo Casseb, a expansão do crédito é uma aposta na retomada do crescimento econômico.
"Se o banco empresta mais e a economia cresce, o banco ganha. Se não crescer, o banco vai pagar com o aumento da inadimplência", afirmou. Entre janeiro e junho, os calotes provocaram perdas de R$ 726 milhões ao BB, o que equivale a 2,1% de todos os financiamentos concedidos. No ano passado, essa proporção estava em 2,0%.
O BB possui cerca de R$ 90 bilhões aplicados em títulos públicos. Desse total, cerca de R$ 20 bilhões foram injetados no banco em 2001, quando o governo assumiu créditos podres que estavam na carteira da instituição e os substituiu por papéis emitidos pelo Tesouro, mais rentáveis.


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