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Nossa Caixa eleva lucro antes de venda
Às vésperas de negociação com BB, banco "ativa" R$ 610 mi em crédito tributário e registra alta de 36,4% nos ganhos no 1º semestre
Sem artifício contábil,
instituição teria registrado
prejuízo; aumentam
provisões para contingências
trabalhistas e judiciais
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de sua possível
incorporação pelo Banco do
Brasil, a Nossa Caixa divulgou
ontem um balanço semestral
com lucro de R$ 525,7 milhões,
resultado 36,4% superior ao do
mesmo período de 2007. No semestre, o banco "ativou" um total de R$ 609,9 milhões em créditos tributários -ou seja, sem
isso teria tido prejuízo.
O resultado ruim se deve basicamente ao aumento de provisões para contingências trabalhistas e judiciais, principalmente as relativas a correções
das poupanças nos planos
Bresser, Verão e Collor, que foram reavaliadas de forma mais
pessimista no momento em
que seis consultores independentes avaliam o valor que o BB
deverá pagar pela Nossa Caixa
(leia ao lado). No período, o impacto foi de R$ 730,1 milhões.
Segundo o presidente do
banco, Milton Luiz de Melo
Santos, houve um aumento acima do esperado do ingresso de
novas ações, o que ele acredita
que deva diminuir no restante
do ano. De janeiro a julho, a
Nossa Caixa contou 18,5 mil
novos processos. "Quem tinha
mais a ganhar com a correção já
entrou com ação", disse.
O banco teve ainda despesas
de R$ 28,3 milhões com a saída
de funcionários. No período,
houve 1.078 desligamentos e
apenas 631 contratações, que
levaram o quadro de funcionários a 14.708 mil pessoas. Santos não vê relação entre as demissões e as negociações em
torno da incorporação ao BB. O
banco tem pessoal concursado
para assumir posições no interior, mas já esgotou esse contingente em São Paulo.
"Os desligamentos são naturais em qualquer companhia. É
uma decisão dos gerentes."
No primeiro semestre, o banco teve uma forte expansão de
sua carteira de crédito, que até
então crescia abaixo do ritmo
do mercado. A carteira total
atingiu R$ 10,6 bilhões, número 29,1% acima do registrado
em junho de 2007. O destaque
ficou para o empréstimo consignado, que cresceu 34,4%.
"Crescemos em ritmo superior
ao mercado mesmo sem fazer
financiamento de veículos."
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