São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Nossa Caixa eleva lucro antes de venda

Às vésperas de negociação com BB, banco "ativa" R$ 610 mi em crédito tributário e registra alta de 36,4% nos ganhos no 1º semestre

Sem artifício contábil, instituição teria registrado prejuízo; aumentam provisões para contingências trabalhistas e judiciais

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas de sua possível incorporação pelo Banco do Brasil, a Nossa Caixa divulgou ontem um balanço semestral com lucro de R$ 525,7 milhões, resultado 36,4% superior ao do mesmo período de 2007. No semestre, o banco "ativou" um total de R$ 609,9 milhões em créditos tributários -ou seja, sem isso teria tido prejuízo.
O resultado ruim se deve basicamente ao aumento de provisões para contingências trabalhistas e judiciais, principalmente as relativas a correções das poupanças nos planos Bresser, Verão e Collor, que foram reavaliadas de forma mais pessimista no momento em que seis consultores independentes avaliam o valor que o BB deverá pagar pela Nossa Caixa (leia ao lado). No período, o impacto foi de R$ 730,1 milhões.
Segundo o presidente do banco, Milton Luiz de Melo Santos, houve um aumento acima do esperado do ingresso de novas ações, o que ele acredita que deva diminuir no restante do ano. De janeiro a julho, a Nossa Caixa contou 18,5 mil novos processos. "Quem tinha mais a ganhar com a correção já entrou com ação", disse.
O banco teve ainda despesas de R$ 28,3 milhões com a saída de funcionários. No período, houve 1.078 desligamentos e apenas 631 contratações, que levaram o quadro de funcionários a 14.708 mil pessoas. Santos não vê relação entre as demissões e as negociações em torno da incorporação ao BB. O banco tem pessoal concursado para assumir posições no interior, mas já esgotou esse contingente em São Paulo.
"Os desligamentos são naturais em qualquer companhia. É uma decisão dos gerentes."
No primeiro semestre, o banco teve uma forte expansão de sua carteira de crédito, que até então crescia abaixo do ritmo do mercado. A carteira total atingiu R$ 10,6 bilhões, número 29,1% acima do registrado em junho de 2007. O destaque ficou para o empréstimo consignado, que cresceu 34,4%. "Crescemos em ritmo superior ao mercado mesmo sem fazer financiamento de veículos."


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