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Preocupação é que crise continue a se espalhar e chegue até empresas saudáveis
DO "NEW YORK TIMES"
A reunião no final de semana
entre as autoridades do governo americano e os principais
dirigentes de Wall Street não ficou restrita ao destino do Lehman Brothers. O grupo discutiu
a condição financeira de outras
instituições e a situação geral
dos mercados financeiros. O temor é que outras grandes instituições como a seguradora AIG
e o banco de investimento Merrill Lynch passem por crise similar e também necessitem de
bilhões de dólares para fortalecerem seus negócios.
A disseminação dos problemas é mais um sinal de que
mesmo a intervenção do governo no setor privado nos últimos
meses não foi suficiente para
conter a crise em instituições
famosas -e que até pouco tempo atrás eram consideradas
inatacáveis.
Na verdade, o Lehman e outras firmas vinham dizendo há
meses que estavam cuidando
dos seus ativos problemáticos
ligados ao setor imobiliário,
mas as suas ações continuaram
a despencar. O resultado disso
é que vários investidores não
têm mais certeza de quanto valem essas instituições financeiras e não querem mais aplicar
nelas enquanto não souberem.
Ao mesmo tempo, vários gerentes de fundos de hedge e outros corretores tiveram lucros
expressivos com apostas de que
essas ações iriam perder valor.
As empresas que assumiram
riscos maiores e usaram o endividamento agressivamente para expandir seus negócios foram as primeiras a cair quando
o mercado de crédito começou
a afundar, e agora as companhias saudáveis é que estão sob
pressão. Empréstimos que
eram considerados muito melhores do que as hipotecas
"subprime" (de alto risco, que
deram origem à crise) se tornaram apenas marginalmente
mais seguras.
"Você tem que imaginar isso
como se estivesse ocorrendo
uma epidemia -uma epidemia
de destruição de capital", afirmou James Melcher, do fundo
de hedge Balestra Capital.
O governo americano assumiu uma pouco usual posição
ativa na crise atual. O Federal
Reserve (Fed, o BC dos EUA)
organizou, em março, um rápido resgate do banco de investimento Bear Stearns. Há oitos
dias, os reguladores federais assumiram o controle das duas
maiores empresa de financiamento hipotecário do país,
Fannie Mae e Freddie Mac.
Em cada um desses momentos, as autoridades esperavam
que o que eles tinham feito era
o necessário para retomar a
confiança dos mercados, apenas para serem presenteadas
com uma nova crise.
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