DA REPORTAGEM LOCAL

A greve no Banco do Brasil atingiu ontem 77% dos 32 mil funcionários de sete capitais do país -São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Florianópolis- e deve se alastrar hoje para outras regiões, informa a Confederação Nacional dos Bancários. Na Caixa Econômica Federal, a paralisação teve a adesão de 80% dos 8.000 funcionários do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Cuiabá. O Banco do Brasil confirma a paralisação parcial em seis Estados.
Em São Paulo, assembléia com 1.200 bancários ontem à noite aprovou a continuidade da greve. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, 77 das 280 agências da capital, Osasco e região não funcionaram e devem permanecer fechadas hoje. Uma das regiões mais afetadas foi o Complexo São João, que reúne nove agências do BB, onde trabalham 800 empregados.
A paralisação deve se estender hoje para cidades do interior paulista. Assembléias estavam previstas para ocorrer ontem à noite. Hoje, os bancários da Caixa fazem assembléia em São Paulo, Ceará e Curitiba para definir se entram em greve.
"Há uma demanda reprimida por aumento salarial há oito anos. Os bancários não receberam reajustes no governo FHC, daí a disposição em entrar em greve", diz o presidente da Confederação Nacional dos Bancários, Vagner Freitas. A decisão de paralisar as atividades não era esperada pelos representantes da categoria -vários sindicalistas defendiam a proposta do BB.
O Banco do Brasil informa que aceita dar reajuste de 12,6% para 75% dos 79 mil funcionários do país. Para os outros 25%, propõe reajustes escalonados de 6,14% a 12,5%. O banco não detalha esse escalonamento. Por meio de sua assessoria, informa que o empregado que terá menor correção nos salários é aquele que não exerce cargo de gerente ou de maior responsabilidade, mas que tem salário acima do mercado (entre os que exercem a mesma função).
Três sindicalistas procurados pela Folha entenderam de forma diferente a proposta do Banco do Brasil. "É confusa, complicada e divide a categoria", diz Freitas. O abono de R$ 1.500 e a participação nos lucros e resultados -de 40% do salário mais R$ 325 fixos- são estendidos a todos os 79 mil funcionários.
Na versão da Confederação Nacional dos Bancários, o reajuste de 12,6% será aplicado sobre o piso salarial (R$ 798), na gratificação que os caixas recebem e no valor de referência (espécie de salário base) dos comissionados. No caso dos comissionados, a correção paga seria de 6,14% mais duas promoções -o que corresponde a um reajuste de 12,6%.
Já para a Caixa Econômica Federal, a maior parte das agências funcionou normalmente ontem. "Apenas 6,09% das agências estavam fechadas por conta da greve", informa nota da Caixa.


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