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TRABALHO
De janeiro a setembro, empresas criaram 51 mil vagas no Estado, metade das cortadas de 2001 a 2003, diz a Fiesp
Indústria de SP contrata mais que em 2000
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O emprego na indústria paulista
cresceu 0,33% em setembro -a
maior alta para o mês desde 2000,
quando a economia brasileira
avançou à taxa de 4,3%. Até o mês
passado, a indústria havia criado
51 mil vagas no Estado, levando o
nível de emprego a subir 3,34%
em relação aos nove primeiros
meses de 2003.
Os dados são da Pesquisa de Nível de Emprego da Fiesp/Ciesp e
mostram que o crescimento no
número de contratações é inclusive mais robusto do que o registrado em 2000, último ano em que,
na prática, a economia não teve
seu crescimento restringido por
crises respondidas com aperto
monetário recessivo pelo governo. Entre 2001 e 2003, a indústria
paulista eliminou nada menos do
que 102 mil vagas de trabalho.
Em setembro, foram criados
5.158 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, a alta foi de aproximadamente 52 mil vagas -ou seja, foi recuperada metade da perda dos últimos três anos.
Nilton Bastos, do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas da Fiesp/Ciesp, prevê que a
recuperação registrada até agora
se estenda até o final do ano. Segundo as previsões de Bastos, a
indústria fechará o ano com saldo
positivo de 60 mil vagas.
Ele faz uma avaliação otimista e
não vê, no quadro atual, sinais de
grandes barreiras para que o movimento de expansão da indústria
continue. Mesmo a alta no preço
dos combustíveis, diz Bastos, não
será um problema desse ponto de
vista. Ele argumenta que o setor já
paga o petróleo com base nos preços internacionais.
A alta do diesel, admite o empresário, pode ter impacto no
preço de fretes, mas ele faz a ressalva de que essa é uma situação
enfrentada igualmente por toda a
indústria, inclusive pelos concorrentes internacionais das empresas brasileiras.
"Se vocês me perguntarem o
que quero [como industrial], diria
que quero isonomia, e essa é uma
situação em que há isonomia",
disse o representante da Fiesp.
Bastos não perdeu a oportunidade para ressaltar as áreas em
que não havia "isonomia", chamando a atenção principalmente
para as condições de financiamento brasileiras, afetadas pelas
elevadas taxas de juros.
Ao contrário dos resultados do
primeiro semestre, quando ainda
havia um peso predominante das
exportações no resultado positivo
da indústria, os meses mais recentes mostram uma dispersão cada
vez maior da recuperação.
As exportações não deixaram
de ter importância no resultado,
mas há mais setores voltados ao
mercado interno exibindo resultados positivos. Dos 47 sindicatos
setoriais consultados pela pesquisa, 77% expandiram ou mantiveram estável a força de trabalho,
enquanto apenas 11 registraram
desempenho negativo.
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