São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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CRISE NO AR

Valor se refere à dívida com a GE, que requereu a falência da aérea

Vasp deposita R$ 9 milhões em juízo

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Vasp não corre mais o risco de quebrar devido ao pedido de falência feito pela GE (General Eletric). Isso porque, após uma tentativa malsucedida de negociação, a companhia depositou em juízo os R$ 9 milhões de dívidas com manutenção de turbinas.
Anteontem, a aérea foi citada por fax pela Justiça do pedido, e ontem apresentou defesa contestando o valor dos débitos alegados pela GE. O depósito em juízo foi feito para evitar a falência: se a Justiça der ganho à GE, a Vasp não terá sua falência decretada porque o dinheiro foi depositado.
Apesar de afastar o risco de quebra, o pedido pode causar uma corrida de credores abrindo requerimentos de falência para receberem da aérea.
A aérea chegou a tentar negociar o pagamento da dívida com a GE para que esta retirasse o pedido de falência, mas, segundo a Folha apurou, a empresa não aprovou a proposta da aérea. Desde 2001, a Vasp não realiza manutenção de suas turbinas com a GE.
O instituto de defesa do consumidor Decide entrou com uma ação contra o DAC, afirmando que o órgão não fiscaliza corretamente as aeronaves da Vasp.
Anteontem, a Infraero (estatal que administra os aeroportos) determinou que a Varig, que tem dívida de R$ 108 milhões em taxas aeroportuárias, tem até o final de outubro para apresentar uma proposta de pagamento da dívida, senão será obrigada, como a Vasp, a fazer pagamentos diários para usar os aeroportos. A estatal informou que a Vasp pagou ontem, pelo segundo dia consecutivo, R$ 63 mil em taxas.
A 1ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) deverá concluir na próxima terça-feira o julgamento do processo em que a Varig tenta receber do governo federal indenização estimada em pelo menos R$ 2 bilhões.
O setor aéreo trava batalha judicial com a União por indenizações bilionárias, sob alegação de que sofreu perdas com planos econômicos, em razão do controle de preços das passagens aéreas entre 1985 e 1992. As empresas sustentam que são concessionárias e que a União comprometeu o equilíbrio econômico-financeiro do contrato ao impor uma política tarifária insuficiente.
Ontem, a Gol divulgou que adicionará mais seis aeronaves à sua frota neste quarto trimestre do ano, ou seja, duas a mais do que a última previsão.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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