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PECUÁRIA
Principais restrições deverão se concentrar aos municípios onde foi confirmado foco de aftosa, decidem secretários de Agricultura
Acordo entre Estados reduz embargo a MS
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal e representantes de 15 Estados mais o Distrito Federal se reuniram ontem e fizeram um acordo para que não
haja o fechamento das fronteiras
para produtos de Mato Grosso do
Sul devido ao foco de febre aftosa
no município de Eldorado.
Ficou definido que não haverá
restrição para o trânsito e a comercialização de carne desossada
e maturada, leite e seus derivados
e couro que tenham passado por
tratamento recomendado pela
OIE (Organização Mundial de
Saúde Animal).
O trânsito de animais vivos de
espécies suscetíveis à febre aftosa
deverá ser acordado entre os Estados e Mato Grosso do Sul.
Produtos dos cinco municípios
interditados após a confirmação
do foco (Eldorado, Japorã, Mundo Novo, Itaquiraí e Iguatemi) estão fora do acordo.
Mas, mesmo antes de o secretário de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel,
anunciar o acordo, já havia vozes
dissonantes. Os secretários de
Santa Catarina, Moacir Sopelsa, e
do Rio Grande do Sul, Odacir
Klein, afirmaram que haverá uma
reunião entre os dois Estados
mais o Paraná para definir quais
são os produtos de Mato Grosso
do Sul que serão liberados. O Paraná publicou portaria ontem determinando barreiras para evitar
a aftosa (leia texto abaixo).
"Cada Estado precisa fazer a sua
avaliação. Normas gerais não servem para Santa Catarina. Nós somos um Estado livre de aftosa
sem vacinação", disse Sopelsa.
Maciel disse que todos os Estados concordaram com os pontos
da reunião. "Confiamos plenamente naquilo que discutimos."
O secretário disse que desde anteontem à noite os R$ 3,5 milhões
estão empenhados na superintendência de Campo Grande.
Gabriel Maciel disse que alguns
Estados não apresentaram plano
de trabalho e, por causa disso, não
tinham recebido recursos.
Neste ano, Mato Grosso do Sul
não recebeu nenhum repasse do
governo federal. O secretário disse que o projeto do Estado está na
superintendência, mas não soube
informar quando foi apresentado.
O secretário de agricultura de
Mato Grosso do Sul, Dagoberto
Nogueira, disse que o projeto do
Estado foi apresentado em abril.
Maciel não quis estipular um
prazo para a liberação dessa verba
de emergência, mas lembrou que
são necessários alguns procedimentos burocráticos.
O deputado Eduardo Paes
(PSDB-RJ) disse que pretende esclarecer a questão da liberação de
verbas e, na segunda, deve entrar
com requerimento na Comissão
de Agricultura da Câmara para
uma audiência com os ministros
Antonio Palocci Filho (Fazenda) e
Roberto Rodrigues (Agricultura).
De acordo com Paes, é necessária
maioria simples na comissão, e o
encontro deve ser realizado ainda
na próxima semana.
Maciel e Nogueira também
apresentaram pontos de vista diferentes sobre ajuda na vacinação
do gado do Paraguai.
O secretário do ministério afirmou que isso já foi feito. No entanto, questionou os resultados
obtidos com a ajuda.
Já Nogueira afirmou que não há
solução para a sanidade no Brasil
se não houver solução para o problema em toda a América Latina.
O governador de Mato Grosso
do Sul, José Orcílio Miranda dos
Santos, o Zeca do PT, voltou ontem a levantar a possibilidade de o
Paraguai ser a origem do problema, já que os últimos focos surgiram em regiões próximas ao país.
Por meio de nota, a Embaixada
do Paraguai no Brasil informou
que o país é livre de febre aftosa.
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